domingo, 30 de agosto de 2009

Harmonização #14 - Schloss Eggenberg Urbock 23° (Brauerei Schloss Eggenberg) com "Eela Craig" (Eela Craig)

Amigos, nesta semana irei falar sobre a "Áustria", terra de "Wolfgang Amadeus Mozart", da família "Strauss" e da famosa "valsa".

A banda escolhida é a "Eela Craig", que desde 1970 combinou de uma forma bem original Rock Progressivo, Música Clássica e Jazz. O álbum sugerido é o primeiro, também intitulado "Eela Craig" e lançado em 1971 com uma tiragem de apenas 1500 cópias.

Já a cerveja a ser degustada é a "Schloss Eggenberg Urbock 23°", uma "doppelbock (double bock)" que amadurece em cavernas durante nove meses, até que complete sua fermentação. Encorpada, possui sabor presente, bem equilibrado, com interessante amargor do lúpulo.

Na primeira música “New Born Child”, o vocalista "Will Orthofer" nos assusta com seus gritos, anunciando o início da música. Ótimo momento para buscar a cerveja na geladeira. Quando a colocamos na taça, podemos ver sua bela cor dourada, levemente escura, com leve formação de espuma. Aos poucos a música também ganha em ânimo e sua melodia e balanço a tornam mais agradável.

A música “Selfmade Trip” começa lenta e tranqüila com belo instrumental. Aproveite um pouco do intenso aroma de malte, devido boa presença de lúpulo. Quando menos esperamos, surge a guitarra e comanda a festa. Boa hora para o “primeiro trago”, onde notamos seu paladar encorpado, com grande sabor de malte. Traz também notas de mel, com presença marcante de lúpulo no aftertaste. Entre flautas, teclados, pratos e guitarras, o líquido caminha pela boca, reforçando seu sabor acentuado e sua alta presença de álcool.



“A New Way” parece uma continuação da música anterior, mas depois se diferencia pela continuidade dos vocais no início da música. A veia Jazzística aparece fortemente nesta canção, presenteando nossos ouvidos, assim como a "Urbock 23°" presenteia nossas papilas gustativas. Ela possui um aroma doce, sabor picante, com residual doce perceptível, mas não desequilibrado. A sensação na boca é de álcool superior e residual doce, bastante licoroso.

A música “Indra Elegy” nos leva para uma viagem psicodélica, onde a flauta, a bateria e a guitarra fazem nosso corpo levitar. Também, depois de ter tomado quase 300 ml de uma cerveja de altíssimo teor alcoólico, isso não é tarefa difícil. Aos poucos a cerveja nos faz lembrar o estilo “Malt Liquor”, colocando-se entre os dois eixos. Enquanto isso a melodia se torna ainda mais bela e nos direciona ao término do espetáculo.

“Irminsul”, “Yggdrasil”, “Stories” e Cheese” são faixas bônus que foram adicionadas ao disco nos anos seguintes ao lançamento original. Vale mais a pena se concentrar apenas nas quatro faixas iniciais do álbum.

Dicas e curiosidades:

* A "Schloss Eggenberg Urbock 23°" é conhecida como o “Conhaque das Cervejas”;

* Os 23° se referem aos graus Plato (gramas de extrato equivalentes ao peso da sacarose) do extrato primitivo (também conhecido como extrato original, densidade primitiva ou mosto original), que é a soma de todas as substâncias dissolvidas no mosto antes da fermentação;

* Pela legislação brasileira, uma cerveja é considerada forte se apresentar extrato primitivo igual ou superior a 14°;

* Apesar dos graus plato, seu teor alcoólico é de 9,6% alc./vol, valor enorme quando comparado às cervejas pilsen (aproximadamente 4,5% alc./vol);

* A cerveja pode ser encontrada por aproximadamente R$ 20;

* A versão importada e usada do CD custa aproximadamente R$ 40;

* A banda tinha três tecladistas que tocavam “hammond organ c3”, “mellotron” e piano. Além disso, também fazia parte da banda um pianista que tocava flauta e saxofone;

* Os críticos compararam este álbum com os de famosas bandas da época, como "Emerson, Lake & Palmer, King Crimson, Gentle Giant e Coliseu".

domingo, 23 de agosto de 2009

Harmonização #13 - Vedett Extra White (Brouwerij Moortgat) com "Satélites" (Hollywood Porn Stars)

Pessoal, nos últimos finais de semana fiquei muito feliz com a repercussão do blog. Agradeço todo apoio e espero continuar atendendo a expectativa de vocês, tanto nas dicas musicais quanto cervejeiras.

Nesta semana falarei sobre a Bélgica, onde excelentes cervejas são fabricadas. Aproveito para adiantar que agradeço a dica/sugestão dos amigos Camilinho e Clarissa sobre a "Trapista Chimay", sendo que ela estará com certeza em um futuro post. No entanto, hoje indicarei uma que tem nome de estrela e realizou uma iniciativa de marketing bastante criativa (veja nas “Dicas e curiosidades” ao final do blog): a belga de trigo “Vedett Extra White”, da “Brouwerij Moortgat”, cervejaria que também produz as cervejas "Duvel, Bel Pils e Maredsous".

Formada em 2002, a banda da semana é a “Hollywood Porn Stars”. Composta por "Anthony Sinatra" (voz e guitarra), "Michael Larivière" (guitarra e vocais), "Eric Swennen" (baixo) e "Benoit Damoiseau" (bateria), lançou seu segundo álbum "Satélites” em 2007, tema deste blog.

“Andy” começa com a guitarra despejando distorção, sendo uma ótima música para iniciar a degustação. Não perca tempo, pegue sua cerveja e uma taça própria para cervejas de trigo. O aroma da “Vedett” não chega a ser dos mais agradáveis, mas acho interessante a cor turva das cervejas de trigo. Desde o meu primeiro contato com cervejas deste tipo, esta característica remete a algo mais natural.



“Islands” segue no mesmo pique da música anterior, sendo mais simples, mas bastante eficaz e direta. A cerveja possui um gosto pronunciado de uma cerveja de trigo. Para aqueles que nunca experimentaram uma cerveja assim, o primeiro contato causa estranheza.

A primeira música lenta se chama “Crimes”. Nela o “Hollywood Porn Stars” aparece uma ligeira influência do "Coldplay", fazendo com que haja espaço para uma melhor percepção da cerveja. Apesar de a espuma destoar do todo (aparentemente separada do líquido), o sabor é bastante agradável, reforçando a lembrança da presença do trigo.

Em “Young Girls” a guitarra chamou minha atenção. Não por ser exemplo de virtuose, de força ou de energia. O que me impressionou é que de forma simples, sem fazer alarde, ela comandou a harmonia da música. Apesar do sabor pronunciado, o teor alcoólico da cerveja é baixo (4,7% alc./vol), o que possibilita maior drinkabillity.

“Diamond” é literalmente brilhante. Os riffs da guitarra dão o direcionamento correto à voz, que rege a melodia como um maestro. Aos poucos a cerveja fica um pouco mais amarga, com aftertaste mais presente.

Outra bela música é “Perfect Storm”, que possui um refrão crescente que cola no ouvido acompanhado pelo “órgão de igreja”, após ótima chamada da bateria. Voz e guitarra finalizam a música de forma encantadora.



“Calling the Ghosts” não fica atrás e agrada pela interessante harmonia e combinação entre o instrumental e os vocais. Ótima também é a combinação dos ingredientes naturais da cerveja.

“There´s a God” encerra o disco com energia, pontuada pela ótima presença do piano, enquanto a cerveja “Vedett” insinua a grande oportunidade que temos em conhecer as demais marcas comercializadas pela belga “Brouwerij Moortgat”.

Dicas e curiosidades:

* Para as cervejas de trigo não-filtradas como é o caso da "Vedett", o ideal é ter um copo que receba todo líquido, o fermento que fica depositado no fundo e a espuma. Para aproveitar a levedura do fundo ao copo, basta ao término da garrafa deixar um pouco no líquido na mesma, agitá-la e servir;

* A Cerveja de Trigo geralmente é feita com malte de trigo, malte de cevada, lúpulo e levedura;

* Acesse o site da marca (http://www.vedett.com) e envie uma foto para aparecer no rótulo da cerveja. A "Vedett" que comprei nesta semana, veio com o rótulo normal na frente e uma fotografia preta e branca no verso. Basta enviar a foto e aparecer estampado na garrafa;

* A cerveja “Vedett Extra White” em sua versão 330 ml custa aproximadamente R$ 30;

* A versão importada do CD custa aproximadamente R$ 70;

* O disco “Satélites”, foi gravado em apenas doze dias;

* A banda gravou trinta músicas, mas apenas doze fizeram parte deste álbum. No ano seguinte foi lançado o disco “Beside The Satellites”, contendo algumas das músicas gravadas no ano anterior;

* Neste sábado (29/08), tocarei com a minha banda em Itu (interior de SP), no StudioCar. Não perca!!! Maiores informações acesse http://www.studiocar.com.br/

domingo, 16 de agosto de 2009

Harmonização #12 - Baden Baden 1999 (Cervejaria Baden Baden) com "Krig-Ha, Bandolo" (Raul Seixas)

Amigos, todos nós já tivemos nosso momento musical “Raulzito” ou ouvimos inúmeras vezes “Toca Raul” em alguma festa, show ou esquenta na casa de amigos. Mesmo muitas vezes gritado de forma irônica, é uma homenagem a um dos maiores roqueiro que o Brasil já teve. Como na próxima sexta-feira (21 de agosto) serão completados 20 anos sem Raul Seixas, o blog aproveita a data para dedicar a ele esta dica de harmonização da semana.

Raul Santos Seixas faleceu aos 44 anos, vítima de parada cardíaca. Seu alcoolismo, agravado pelo fato de ser diabético e por não ter tomado insulina na noite anterior, causaram-lhe uma pancreatite aguda fulminante. O disco escolhido é o “Krig-Ha, Bandolo”, primeiro álbum solo do músico brasileiro.

A cerveja escolhida é a Baden Baden 1999, lançada em 2004/2005 para celebrar os 5 anos da própria cervejaria. Ela tem o estilo “Bitter Ale” com sabor pouco amargo e aroma frutado marcantes. Produzida a partir de maltes e lúpulos selecionados, esta cerveja utiliza um processo lento e cuidadoso de maturação que garante todo o seu sabor.

O disco começa com uma interpretação de Raul Seixas aos 9 anos de idade, cantando "Good Rockin' Tonight". A primeira música do disco é o sucesso “Mosca Na Sopa”. Musicalmente ele perturba nosso sono, com o som de batucadas, berimbau e palmas, indo destes até o mais puro Rock ‘n Roll. A cerveja possui bela coloração âmbar e espuma bege de boa formação, cremosidade e duração. O aroma é satisfatório e evidencia a presença do lúpulo.

Outro grande sucesso é “Metamorfose Ambulante”, onde Raul mostra diferentes faces e define a consciência humana. O paladar da “1999” é ótimo, com amargor agradável e leve carbonatação, percebendo-se algumas notas marcantes de cevada.



“Dentadura Postiça” fala sobre o nosso livre arbítrio com belas vozes numa espécie de coral, enquanto “As Minas do Rei Salomão”, com seu tom folk rock, pensa a relatividade da importância dos fatos e dos objetos. Nosso contato com a cerveja apresenta forte, porém interessante amargor no aftertaste, sensação metálica que perdura por um longo tempo, como todas e quaisquer bitter ales de respeito.

Violão e clima espacial abrem e percorrem “A Hora Do Trem Passar”, música lírica, mais acústica, com uma letra romântica. Porque não esperarmos e admirarmos a solidão do amanhecer, junto à ruiva companheira que possui ótimo equilíbrio entre o lúpulo, malte tostado e caramelo?

“Al Capone” traz o mais puro “rock and roll”. Nele encontramos Jimi Hendrix, Frank Sinatra, Júlio César, Al Capone, Lampião e até Jesus Cristo e a intrigante frase de Bob Dylan: “Não existe sucesso como o fracasso e o fracasso não é sucesso algum”.

“How Could I Know”, uma das mais belas músicas de Raul em minha opinião (apesar de meio piegas), seria uma canção para Elvis Presley. Momento perfeito para mais uma taça, onde podemos observar novamente as características visuais e olfativas da cerveja. Belíssima cor com aroma frutado ao fundo.

“Rockixe” apresenta a mediocridade e o ridículo do “way of life” comandado pela indústria capitalista. Mais uma vez a mistura de ritmos, o baixo, a bateria e os metais aparecem com grande força, dando à música um toque especial. O amargor se mostra bem definido, além da presença do álcool, que proporciona um adocicado que fez bem no conjunto.

“Ouro de Tolo” encerra de forma sensacional este histórico disco. A música é um tapa na cara dos valores do ser mediano, mostrando toda a mediocridade do ser humano. Uma grande e sincera conversa ao pé de ouvido, com final tão interessante e marcante quanto a Baden Baden 1999.



Aproveite esta dica, valorize a música nacional e boa diversão!!!

Dicas e curiosidades:

* Prefira as taças de boca mais larga a fim de que o aroma se desprenda mais facilmente durante a degustação. Cuide também da temperatura. Deguste esta cerveja com temperatura do líquido entre 5 e 7 °C;

* A cerveja inglesa Spitfire, também uma Bitter ale, foi a inspiração para o desenvolvimento da cerveja brasileira.

* A cerveja Baden Baden 1999 em sua versão garrafa 600 ml custa aproximadamente R$ 10;

* Até o dia 23/08 em SP, na compra de duas BADEN BADEN, o consumidor ganha uma luva gourmet. Outra opção é adquirir três BADEN BADEN para ganhar um balde de gelo customizado. Em 60 estabelecimentos acontece também a degustação com harmonização das cervejas.

* O CD é encontrado na internet por aproximadamente R$ 25;

* Raul foi ao Rio de Janeiro gravar seu primeiro disco ("Raulzito e os Panteras") em 1967, devido convite do amigo Jerry Adriani.

* Krig-Ha, Bandolo se refere a um grito de guerra de Tarzan que significa "Cuidado, aí vem o inimigo".

* Seu último disco, feito em parceria com Marcelo Nova (intitulado A Panela do Diabo) foi lançado um dia após sua morte.

domingo, 9 de agosto de 2009

Harmonização #11 - 1795 (Budejovicky Mestansky Pivova) com "Meditace / Kingdom Of Life" (The Blue Effect)

Esta semana farei uma homenagem ao país onde se originou a cerveja Pilsen. A escolhida da semana é a “1795", da cervejaria “Budejovicky Mestansky Pivova”, a mais antiga cervejaria da região da Boemia, República Checa, fundada em 1795.

A cerveja pilsen é conhecida por ser leve e descer fácil. O difícil foi encontrar uma banda checa que chamasse minha atenção. Neste momento deixo clara a influência do meu gosto pessoal, pois até tive contato com algumas bandas interessantes ("Fast Food Orchestra", "Lucie", "Pilsner Oiquell") que não acrescentaram muito a minha paixão musical. Estava quase desistindo quando encontrei a banda “The Blue Effect”.

Fundada no final de 1968 pelo baixista "Jiří Kozel", pelo guitarrista, flautista e cantor "Vladimir Mišík" e pelo baterista "Vlado Čech", o grupo ainda contou com a presença do guitarrista "Radim Hladík" no lançamento do primeiro álbum, “Meditace”. O disco é bastante interessante, pois além de ser o trabalho inicial da banda, teve uma versão com suas as mesmas músicas em inglês sob o nome de “Kingdom Of Life”.

A primeira música “Paměť Lásky / Kingdom Of Life” é quase toda recitada com diversas vozes ao longo da faixa. Ótimo momento para buscar a cerveja gelada.

“Blue Efect Street/ White Hair” diz no ato a o que veio. A guitarra já se mostra presente nos primeiros acordes e não sai mais da cabeça. Música muito boa, com ótima parceria entre voz e instrumental. Sensacional. A cerveja é dourada e possui agradável aroma de lúpulo e maltes, próximo ao das cervejas Lagers Premium. Espuma branca é bela e consistente, mas diminui rapidamente.



A agitação diminui inicialmente em “Fénix / You'll Stay With Me”. Leve dedilhado e lenta melodia. Ótimo momento para o primeiro gole. Sinta a refrescância e a leveza desta autêntica cerveja Pilsen, que combina muito bem com o início da música. O forte e interessante amargor se mostra presente enquanto a energia da canção renova a vontade de mais um “trago”.

“Stroj na nic / Brother's Song” já começa nervosa. Mais uma vez a guitarra mantém a animação no ápice. Algumas pitadas de “Blues” tomam corpo, enquanto “Eric Clapton” e o “Power Trio” do “Cream” surgem na mente. Aparece também o corpo macio, a textura leve e a média carbonatação da cerveja.

“Sluneční hrob / Sunny Grave” é linda e breve, assim como a cor e o copo da “1795”. Ótimo “drinkabillity”.

O blues “Little Girl” mostra que a flauta pode substituir a gaita. Não formalmente com a mesma característica, mas de um jeito anos 70, mais relax. A cozinha mantém o ritmo das coisas no lugar certo, enquanto a garrafa inconscientemente perde líquido para a taça.

Outra música muito boa é a “Deserted Alley”. A voz e o jeito de "Mišík" remetem aos versos de "Mick Jagger" e dos "Rolling Stones". Muito legal, belo balanço, boa diversão...



“Blues About Stone” é um clássico blues (até em sua longa duração) com uma pitada de rock progressivo (semente plantada que renderia frutos para a banda no futuro). Ótimo momento para reflexão. Vale a pena ressaltar a forte presença da voz de "Vladimir Mišík", numa bela parceria com os demais instrumentos. Boa hora também para aproveitar e ir ao banheiro.

A música “Rainy Day” retorna a um ambiente mais rock & roll. Ótima combinação entre a linha do baixo e bateria, assim como entre o lúpulo e o malte de cevada. Presença da guitarra no refrão e no encerramento é perfeita.

“Where Is My Star” finaliza o disco com um ar bastante setentista.

Depois do meu segundo post (França, semana de 07 a 13 de junho), esta foi minha maior descoberta musical neste blog.

Chame seu pai para esta degustação, feliz dia para os atuais e futuros pais e ótima diversão!!!

Dicas e curiosidades:

* Esta é uma tradicional cerveja Pilsen. Pegue seu copo preferido e se divirta. Deguste esta cerveja com temperatura do líquido entre 0 e 4 °C;

* O nome pilsen é derivado de Pilsen, nome alemão da atual cidade de "Plzeň", localizada na República Checa, onde este estilo de cerveja foi originalmente produzido;

* A cervejaria “Budejovicky Mestansky Pivova” produz e prepara seu próprio malte, utiliza o famoso "lúpulo de Saaz" e água de fonte própria retirada de mais de 270 metros abaixo da terra;

* Desde 2004 a União Européia decretou o uso do termo "Budejovické Pivo" (Budweiser Bier) como D.O.C, afirmando que a qualidade superior da cerveja está intimamente ligada à região onde é produzida;

* A cerveja “1795” em sua versão 500 ml custa aproximadamente R$ 10;

* A versão importada do CD custa aproximadamente R$ 60;

* O disco “Meditace/Kingdom Of Life” foi relançado 2 vezes nos anos 90 com várias faixas bônus;

* O segundo álbum da banda é uma fusão de rock e jazz com o grupo Jazz Q Praha. Ele se chama Coniunctio;

* A banda teve que mudar o nome nos anos 70 para "Modrý Efekt", devido ordem do governo comunista.

domingo, 2 de agosto de 2009

Harmonização #10 - Traquair House Ale (Traquair House Brewery) com "If You're Feeling Sinister" (Belle & Sebastian)

Amigos, nesta semana farei uma homenagem à minha esposa que fez aniversário ontem (01/08). A minha dica de harmonização retornará ao dia 26 de Outubro de 2001, data do primeiro grande show que vimos juntos (abraço ao amigo Fabião que também esteve presente naquela data). O ambiente não poderia ser melhor para o início do namoro, pois estávamos no “saudoso” Free Jazz Festival em São Paulo.

A banda que nos paralisou (e ao mesmo tempo nos chacoalhou) naquele dia foi o "Belle & Sebastian", banda indie pop escocesa formada em Janeiro de 1996 na cidade de Glasgow. São integrantes atuais da banda, o fundador "Stuart Murdoch" (vocais, guitarra e teclados), "Stevie Jackson" (vocais e guitarra), "Chris Geddes" (teclados), "Richard Colburn" (bateria), "Sarah Martin" (violino e vocais), "Mick Cooke" (trompete e baixo) e "Bobby Kildea" (guitarra e baixo). O disco escolhido é o segundo álbum da banda, “If You're Feeling Sinister” de 1996.

Da Escócia, terra do Whisky ou Scotch, também se origina a cerveja da semana. É a "Traquair House Ale", uma cerveja no estilo "Barley Wine", que pode acompanhar ou até substituir um Whisky Escocês. Ela tem como peculiaridade, ser fermentada durante um período de sete dias em barris de carvalho do século XVIII.

O disco começa com “The Stars of Track and Field”, música que é um bom exemplo do que virá por aí: uma levada semi-acústica sem distorção, piano e teclado das antigas, arranjos de cordas e metais e a bateria marcando o tempo de uma forma simples e agradável. Bom momento para uma análise visual da cerveja. Bela cor marrom escuro, com espuma de boa formação e curta duração. O som começa leve com um violão que gruda no ouvido e cresce com uma bateria incisiva no refrão. Ao sentir o aroma do líquido, crescem também as notas frutadas. Surge uma percepção de malte, ameixa, baunilha... Brilhante.

"Seeing Other People" é uma música doce com uma bela levada de piano. Aproveite o primeiro contato com a cerveja, descobrindo seu interessante paladar. Bom corpo, sensação suave de caramelo, levemente doce, notas de carvalho, aftertaste deliciosamente amargo com final robusto (teor alcoólico de 7,2% alc./vol) e perfeitamente constante.

Em “Me and the Major” a gaita (não é uma gaita-de-fole ) rouba a cena desde o início com muita energia, deixando um pouco de lado a linha depressiva e melancólica dos EPs iniciais. Ela embala o desejo de maiores e mais frequentes encontros com a cerveja. Ótima combinação entre a voz incansável de Murdoch, o complexo e adequado aroma da Traquair, a presença inquestionável das gaitas e o sabor equilibrado desta “Strong Scotch Ale”.

Na música "Like Dylan In The Movies", a banda brinca com letras que falam do simples cotidiano, com historinhas e referências musicais e literárias. O baixo acústico e o violoncelo fazem uma parceria sensacional do início ao fim. Hora de preencher a taça e sentir novamente o aroma deste ótimo líquido.

"The Fox In The Snow" é uma balada linda e ao mesmo tempo triste do disco. Chamam atenção os backing vocais da música. Um brinde à integração entre as vozes nesta faixa.

“Get Me Away From Here I'm Dying" é muito boa. Mais uma vez o violão segue em uma levada super interessante. O sabor tem ainda um gosto tostado no final, é intenso e complexo. Ótima combinação entre doce e amargo, uma cerveja equilibrada e muito saborosa com teor alcoólico interessante.

A faixa-título é ótima, para mim uma das melhores do disco. No início e ao longo desta canção, surgem sons de crianças brincando e se divertindo. “If You're Feeling Sinister” conta a história de dois jovens, Anthony e Hilary, que decidem morrer devido a problemas existenciais. A letra da música questiona a fé, a falta dela, enfim traz alguns minutos essenciais para um pouco de meditação.



Enquanto "Mayfly" segue como um belo exemplar do rock alternativo, com guitarra dedilhada e voz doce, "The Boy Done Wrong Again" com um arranjo comovente, é linda. O violão carrega a tristeza carregada da música e nos prepara para o final do álbum. A cerveja vai chegando próxima a temperatura ambiente, ficando ainda mais saborosa.

"Judy And The Dream Of Horses" é sensacional. Ela conta a história de Judy, uma adolescente rebelde que escreve uma triste canção. A história se projeta na mente enquanto o último gole se aproxima. Os trompetes fecham o disco com “chave de ouro”, num ambiente introspectivo e ao mesmo tempo alegre.



Ouça este disco muito bem acompanhado e boa diversão!!! Se há quase 8 anos atrás deu certo, pode acontecer novamente!!!

Dicas e curiosidades:

* Prefira as taças de boca mais larga a fim de que o aroma se desprenda mais facilmente durante a degustação. Cuide também da temperatura. Deguste esta cerveja com temperatura do líquido entre 8 e 12 °C;

* A cervejaria fica localizada ao lado de um prédio histórico, o "Traquair House", construído em 1107 que já chegou a ser casa “de caça” dos Reis e Rainhas da Escócia além de também ser local de refúgio dos padres católicos na época da dinastia Stuart;

* A Escócia protegeu o termo "Scotch" internacionalmente. Para que um whisky seja classificado como Scotch, deve ser fabricado exclusivamente na Escócia;

* A cerveja “Traquair House Ale” em sua versão 330 ml custa aproximadamente R$ 25;

* A versão nacional do CD custa aproximadamente R$ 25;
* O nome da banda é uma homenagem a "Belle et Sébastien", um livro infantil do escritor francês "Cécile Aubry" que narra a história do menino "Sébastien" e seu cachorro "Belle".

* Os shows de 2001 no Brasil foram a primeira vez que os integrantes do "Belle & Sebastian" saíram do circuito Estados Unidos/Europa para fazer uma apresentação. Naquela ocasião a vocalista e ex-integrante "Isobel Campbell" ficou com medo de subir no avião e não veio ao país;

* O "Belle & Sebastian" procura sempre se aproximar da platéia, cantando uma música regional ou característica do país. No Brasil escolheu “A Minha Menina", gravada pelos Mutantes em 1968;

domingo, 26 de julho de 2009

Harmonização #9 - Coopers Vintage Ale (Coopers Brewery) com "Let There Be Rock" (AC/DC)

Esta semana a harmonização é uma espécie de volta ao passado. Puxando pela memória, dia 12 de outubro de 1996 era um sábado. No retorno do show, o pneu do ônibus furou, o estepe estava murcho, passamos a madrugada em um posto da Rodovia dos Bandeirantes e chegamos em casa por volta das 16 horas do dia seguinte. Apesar de tudo, não desanimamos...O AC/DC foi demais!!!

A dica traz o álbum “Let There Be Rock” de 1977. Para mim, o melhor com o vocalista "Bon Scott", falecido em 1980. É um disco rápido, pesado, direto ao ponto, que sintetiza muito bem a energia da banda e a bela combinação do blues com o rock and roll.

A cerveja escolhida é a também australiana "Coopers Vintage Ale", do tipo "English Strong Ale". Ela é produzida com malte especial e passa por um longo tempo de fermentação, sendo em seguida armazenada em barris de carvalho.

A primeira música é "Go Down", que possui um belo riff de guitarra, um toque especial do bom e velho ”blues” e a inconfundível voz de "Scott". Um “duelo” entre voz e guitarra ocorre no final da mesma, prenunciando belas passagens melódicas. Na “tulipa”, a cerveja tem bela cor âmbar e uma espuma de média duração. O aroma amadeirado e frutado remete ao armazenamento descrito anteriormente.

“Dog Eat Dog” é outra canção bem enérgica. Mais uma vez a poderosa voz se sobressai, nos convidando à degustação musical. O início da cerveja é seco e direto como o som. Um sabor metálico, que aos poucos deixa sensações de ervas e malte na boca.

Aqui vai uma provocação. Tente ficar parado em "Let There Be Rock". Impossível... Esta música exprime a essência da banda, em um rock direto e firme, misturado a uma melodia com ótima levada do “blues”. O rock começou assim...Chama atenção o “aftertaste” deixado pela cerveja. Aparece com força o malte e o sólido amargor do lúpulo.



A música “Problem Child”, também presente no disco anterior da banda (“Dirty Deeds Done Dirt Cheap”), é outro petardo que enfureceu os pais da época. “I'm a problem child And I'm wild” traz à tona o eterno espírito jovem do rock. Alheia à discussão, a "Coopers Vintage Ale" segue presente e saborosa, denotando a generosa presença de lúpulo “Saaz“ utilizado em sua fabricação.



“Overdose” também possui ótima batida, riffs memoráveis e a presença marcante da voz de "Bon Scott". Coloque mais uma “dose” de cerveja na “tulipa” e sinta mais uma vez as notas frutadas do aroma.

A penúltima música do álbum é “Hell Ain't A Bad Place To Be“. Nesta, mais uma vez o "AC/DC" se mostra cheio de atitude na melodia e nas letras. O novo gole traz á mente uma percepção mais positiva do líquido. Seu teor alcoólico de 7,5% alc./vol. não é exagerado e combina perfeitamente com o aroma frutado e com o sabor que fica na boca.

Encerrando com “chave de ouro”, surge “Whole Lotta Rosie”. Riff sensacional, vocal impressionante e uma incansável levada rock and roll. Sem frescuras, nem exageros e com um dos melhores duelos de guitarra já gravados em estúdio. Os irmãos Malcom e Angus Young se superaram nesta.



Aumente os decibéis e boa diversão!!!

Dicas e curiosidades:

* Deguste esta cerveja com temperatura do líquido entre 8 e 12 °C;

* As cervejas "Vintage" apresentam grande capacidade de envelhecimento. O rótulo da "Coopers Vintage Ale" traz um campo com a descrição "best after [data impressa]", indicando que ela deve evoluir conforme o tempo de “descanso” da garrafa (sugeridos 18 meses de espera após a fabricação);

* O lúpulo "Saaz" é um tipo tradicional de aroma fino, que assegura o sabor e o aroma excelentes da cerveja. Representa o padrăo mundial de qualidade de lúpulo;

* A cerveja "Coopers Vintage Ale" em sua versão 375 ml custa aproximadamente R$ 15;

* A versão nacional do CD custa aproximadamente R$ 18;

* Na versão australiana do disco, a música “Problem Child” foi trocada pela canção “Crabsody In Blue”.

* No dia 19 de fevereiro de 1980, o vocalista "Bon Scott" passou a noite inteira bebendo em Londres. Ele foi declarado morto na manhã seguinte devido aspiração pulmonar de vômito.

domingo, 19 de julho de 2009

Harmonização #8 - 8.6 Special Red Beer (Bavaria) com "Palomine" (Bettie Serveert)

Novamente me rendi ao poder das vozes femininas. A dica de harmonização desta semana traz um agradável encontro entre duas ruivas holandesas.

A cerveja é a Bavaria 8.6 Special Red Beer, do tipo Barley Wine (também conhecido por Malt Liquor). Ela possui uma bonita cor avermelhada como as bocks e um teor alcoólico de 7,9% vol. alc.

Já a indicação musical é “Palomine”, o álbum de estréia da banda “Bettie Serveert”. Formada em 1990, na cidade de Amsterdã, a banda tem como integrantes Carol Van Dijk (uma das ruivas holandesas citadas no primeiro parágrafo), Peter Visser , Herman Bunskoeke e Berend Dubbe. Seu pop/rock de canções simples e melódicas, foi bem recebido no circuito alternativo americano, o que estimulou o lançamento de outros sete discos ao longo dos últimos catorze anos.

A primeira música é "Leg". A voz de Van Dijk e a deliciosa combinação com a guitarra, baixo e bateria, anunciam uma interessante degustação. Busque a cerveja na geladeira, coloque a mesma na taça, aprecie a coloração âmbar e a formação da consistente espuma bege.

“Palomine” começa lenta, suave e doce. Mais uma vez a vocalista rouba a cena com o enérgico refrão, fazendo com que toda a música ganhe força na segunda parte. A 8.6 também possui um início doce e suave. Seu amargor aos poucos toma conta da boca, deixando um “aftertaste” doce e ao mesmo tempo ligeiramente amargo.



Em "Kid's Allright", a voz é firme e direta, é Rock and Roll...A melhor música em minha opinião, com uma ótima levada da bateria. Lembrei-me do grande amigo de pinga e de banda Gabriel, baterista, cachaceiro e aniversariante da semana. Parabéns amigo!!! Um brinde, com esta mistura exótica de notas de malte e caramelo.



“Tom Boy” também é muito boa. Nesta música, a guitarra nos presenteia com uma melodia leve e ao mesmo tempo divertida. Mais uma vez a voz e os instrumentos formam um casamento perfeito. Mais uma taça e o aroma percebido é bem frutado e tostado. Também uma ótima relação entre ambos.



A música “Balantine” remete a um som de garagem, bem cru, que se mantém melódico e muito bem feito. Da mesma forma que a música, o teor alcoólico é alto, forte, mas aceitável e muito bem entrosado com o sabor adocicado do malte.

“This Thing Nowhere” e “Healthy Sick” mantêm a característica rústica deste pop/rock agradável. A cerveja acaba tendo o drinkability um pouco prejudicado pelo adocicado, no entanto, encanta pela sensação alcoólica sem ser excessivamente carregada.

Por fim, em “Sundazed To The Core” a incansável voz de Carol Van Dijk nos chama para a parte final da festa. O encerramento da música é um belo “grand finale”.

Aproveite esta dica, conheça os demais discos da banda e boa diversão!!!

Dicas e curiosidades:

* Prefira as taças de boca mais larga a fim de que o aroma se desprenda mais facilmente durante a degustação. Cuide também da temperatura. Deguste esta cerveja com temperatura do líquido entre 4 e 7 °C;

* A cerveja Bavaria 8.6 Special Red Beer em sua versão Lata 500 ml custa aproximadamente R$ 8;

* No site da cervejaria holandesa existe uma ótima rádio online (http://www.bavaria86.com/). No momento que realizei o acesso estavam disponíveis músicas do Muse, Prince, Smashing Pumpkins e King Khan & The Shrine (provavelmente estarão em futuros posts).

* Disponível pela internet apenas a versão importada do disco, por aproximadamente R$ 50;

* “Bettie Serveert” significa em português "Bettie serve", nome de um programa de televisão, apresentado por Bettie Stöve, tenista holandesa que perdeu em Wimbledon, na final de 1977.

domingo, 12 de julho de 2009

Harmonização #7 - Baden Baden Golden (Cervejaria Baden Baden) com "Sonantes" (Sonantes)

Pessoal, neste fim de semana resolvi mais uma vez homenagear o Brasil, “o país dos feriados”. Como não trabalhei desde quinta-feira, procurei uma combinação que pudesse ser leve, relaxante, de certa forma diferente e ao mesmo tempo bastante prazerosa. Acredito que o objetivo tenha sido alcançado.

A cerveja selecionada vem de Campos de Jordão (SP). É a "Baden Baden Golden", uma cerveja do tipo Ale, diferenciada, encorpada e tem sabor levemente adocicado. Seu aroma frutado lembra especiarias, sendo muito apreciada por sua combinação exótica de trigo e canela.

O título do disco escolhido, que também se refere ao nome da banda, significa literalmente “aquele que produz som”, ou de uma forma figurada, “aquele que sente um som”. “Sonantes” é fruto de um projeto, ou melhor, de uma “convergência musical” segundo alguns críticos, que reúne a cantora Céu, Gui Amabis (compositor e produtor de background cinematográfico), Rica Amabis (trabalha com trilhas sonoras) e a dupla Pupillo e Dengue, a famosa cozinha da Nação Zumbi.

A primeira música é uma versão de "Carimbó" da banda Nação Zumbi, que se mostra ainda bastante presente, apesar do novo arranjo instrumental desta canção. Salta aos olhos a sensual e marcante voz de Céu, que nos acompanhará ao longo de quase todo o disco. Duas características também chamam muita atenção na taça de cerveja: a bela formação da espuma (muito bem apelidada de “creme”) e a atraente cor dourada que dá nome à cerveja.




“Miopia” é triste e ao mesmo tempo nos envolve em sua psicodelia. A voz e a guitarra nos levam a algumas reflexões ao longo da música. Após o primeiro contato com o líquido, alguns pensamentos também surgem em relação à cerveja, buscando entender como colocaram especiarias e frutas no produto de uma forma tão leve e agradável.

A música “Toque De Coito” dá uma visão mais contemporânea aos boleros e às noites boêmias, utilizando para tanto um clima bem sombrio. Ótimo momento para mais numerosos e frequentes encontros com a diferenciada parceira.

A instrumental “Mambobit” traz o caribe ao Brasil, adicionando MPB, música latina e ritmos regionais. Esta mistura musical também inspira as combinações contraditórias da cerveja. Sabor leve, mas presente. Tipo Ale, sendo assim de alta fermentação, mas de baixo teor alcoólico (4,5% vol. alc.). Possui malte de trigo sem ser uma tradicional “Weissbier” (cerveja de trigo)... Hora de completar a taça mais uma vez e mergulhar nestas excentricidades.

“Defenestrando” é a minha preferida. Penso que Céu deve sempre cantar esta música sorrindo, se divertindo muito com a companhia intensa da guitarra e da bateria. Pelo menos, é esta impressão que sua carismática voz passa. Procuro sorrir no mesmo ritmo, ao lado dos Sonantes e da "Baden Baden Golden".




“Quilombo te Espera” é a mais bonita da lista. Lembra os grandes sucessos da Clara Nunes, numa mistura de ritmos afro, reggae, samba, de um acabamento psicodélico e toques jazzísticos e eletrônicos. Aproveite esta música para aguçar os “sentidos”. Com a “visão” observe mais uma vez a bela união entre “creme” e líquido. Cada um em seu espaço espera ansiosamente o gole para o rápido encontro. O “olfato” é responsável por absorver o delicioso aroma de especiarias e frutas. Já a “audição” traz os batuques, a guitarra e a doce voz de Céu...




Para finalizar a tríade de belos sons seguidos, “Itapeva” chama atenção pelos arranjos de cordas e a composição das vozes. Momento este, de valorizar o “paladar”. Ele ressalta o sabor bem suave da cerveja, com o doce, o azedo e o amargo na medida certa, seguindo basicamente o aroma. O gosto residual se mantém agradável e duradouro.

Enquanto “Braz” reforça a beleza e leveza da voz de Céu, “Frevo da Saudade” finaliza o disco com uma roupagem bem moderna à tradicional música da metade do século passado. Suaves batidas eletrônicas fazem deste antigo sucesso, um hino que traduz a “convergência musical” e que ratifica a sonoridade dos “Sonantes”. Acompanhada da cerveja "Baden Baden Golden", é um casamento perfeito!

Aprecie esta união bem acompanhado e ótimo divertimento!!!

Dicas e curiosidades:

* Prefira as taças de boca mais larga a fim de que o aroma se desprenda mais facilmente durante a degustação. Cuide também da temperatura. Deguste esta cerveja com temperatura do líquido entre 4 e 7 °C;

* A cerveja "Baden Baden Golden" em sua versão de 600 ml custa aproximadamente R$ 10;

* Apesar de nacional, o álbum “Sonantes” foi lançado inicialmente nos EUA. Talvez, por isso, esteja disponível pela internet apenas a versão importada do disco, por aproximadamente R$ 60;

* Além dos integrantes “oficiais”, Jorge Du Peixe, Siba, Lúcio Maia, Beto Villares, Daniel Bozio, Toca Ogan, Fernando Catatau, Gustavo Da Lua, Pepe Cisneros, Sergio Machado, B-Negão e Apollo 9 também contribuíram com performances e, em alguns casos, com composições;

* O grupo “Sonantes” é na verdade o mesmo do projeto “3 Na Massa”, que no álbum “Na Confraria das Sedutoras“ fez um rodízio entre várias intérpretes femininas (entre elas Céu) e agora possui uma vocalista fixa.

domingo, 5 de julho de 2009

Harmonização #6 - Kirin Ichiban (Kirin Brewery Company) com "Exit" (Shugo Tokumaru)

Amigos, nesta semana o disco e a cerveja sugeridos são originários da “Terra do Sol Nascente”, o Japão. Ambos são leves, divertidos e trazem traços particulares do modo de vida e entretenimento oriental.

A cerveja escolhida é a “Kirin Ichiban”, da “Kirin Brewery Company” (fundada em 1907). Ela é uma cerveja Premium Lager que possui como principal característica ser uma cerveja de “arroz” (leva amido de milho e arroz em sua composição).

O disco para harmonização é o “Exit” do cantor/compositor e multi-instrumentista “Shugo Tokumaru”, cujo estilo e influências incorporam elementos da música pop, folk e eletrônica.

A primeira música se chama“Parachute”. Nela já podemos ter as primeiras percepções sobre as melodias melancólicas, as experimentações e os belos arranjos presente no disco. O instrumento xilofone marca sua bela e característica presença. O contato inicial com a cerveja “Kirin” também é positivo. Ela possui belíssimo rótulo artístico, que remete às milenares tradições nipônicas. A coloração do líquido é amarela brilhante com uma espuma de formação aerada.




“Green Rain” é a minha música preferida. A combinação dos instrumentos cria uma “desorganização organizada” num formato musical. Teclado, banjo e outros “personagens” trilham um caminho para que o vocal de "Tokumaru" nos traga uma certa paz oriental. O primeiro gole denota um sabor seco e delicado, levemente amargo e carbonatado.




As músicas “Clocca” e “Future Umbrella” trazem mais instrumentos para a festa num clima bastante hipnótico. Bom momento para “entender melhor” a cerveja “Kirin” e matar a curiosidade de experimentar uma cerveja do outro lado do mundo.

“Button”, uma das mais bonitas músicas do disco, é mais introspectiva e impressiona devido à bela interação entre os diversos instrumentos (até um balde de água aparece) e alguns samplers. Momento de completar novamente o copo e perceber que a espuma é permanente. Os aromas de grãos remetem a uma certa estranheza na percepção deste “atributo”.




“D.P.O” é bastante animada, sendo que o banjo e o xilofone comandam a “levada” da música. O drinkabillity desta cerveja é alto, tornando o ambiente mais próprio a este momento de diversão.
Em “Hidamari” o cantor mais uma vez faz uma interessante sincronia entre seu tranquilo vocal e os demais instrumentos. A cerveja nos deixa uma percepção de leveza, textura um pouco aguada, carbonatação acentuada e final ligeiramente metálico.

Intrumentos tradicionais como violão, flauta, banjo e outros menos usuais como panelas e frigideiras, xilofone, ukulele, theremin, blocos de madeira, balde de água, piano de brinquedo dão seu adeus. Enfim, uma experimentação sem fim com um resultado bastante agradável e natural. Bom divertimento!!!

Dicas e curiosidades:
* Deguste a cerveja com temperatura do líquido entre 0 e 4 °C.

* O nome da cervejaria “Kirin”, foi inspirado em uma criatura da mitologia chinesa, com corpo de veado, cauda de boi, cascos de cavalo, um único chifre e pelagem de cinco cores. Esta “imagem” é também um símbolo de bem-estar e fortuna.

*A cerveja "Kirin Ichiban" custa aproximadamente R$ 7.

* O álbum importado “Exit” pode ser encontrado por aproximadamente R$ 58.

* "Shugo Tokumaru" sabe tocar mais de 100 instrumentos;

domingo, 28 de junho de 2009

Harmonização #5 - Stone Levitation Ale (Stone Brewing Co.) com "Got To Be There" (Michael Jackson)

Amigos, já havia definido esta harmonização na semana passada. Comprei algumas cervejas do país escolhido e ouvi alguns artistas. Tudo isso até a quinta-feira, quando estava tomando uma cerveja em uma festa junina do trabalho e surge a notícia: “Michael Jackson morreu!”. Voltei para casa naquela noite com um desejo: homenageá-lo no post desta semana.

Diferentemente do que é divulgado por alguns, o maravilhoso “Off The Wall” não é o primeiro disco solo de "Michael Jackson". Seu álbum de estreia sem os irmãos foi “Got To Be There” em 1972 (enquanto ainda fazia parte dos “Jackson 5”). Por ser o primeiro contato de Michael com a carreira solo e ser este o meu primeiro contato com uma cerveja artesanal americana, este é o disco escolhido para a harmonização.

Já a cerveja que sugiro é a "Stone Levitation Ale". Produzida pela "Stone Brewing Co." da Califórnia, EUA, é classificada como “American Pale Ale” ou “Amber Ale”, por ser uma Ale com característica cor âmbar. Também possui baixo teor alcoólico (4,4% alc./vol) e amargor próprio das marcas desta cervejaria americana.

A primeira música do disco, “Ain't no Sunshine”, começa com uma linda combinação entre guitarra e o vocal “falado”. Quando Michael aparece, uma pergunta vem à minha cabeça: Como um menino de 13 anos consegue cantar com tamanha energia e imponência? Abra a cerveja, tome seu primeiro gole e responda se possível: Como uma cerveja com alto amargor desce tão fácil?

Enquanto a espuma cede e o aroma do lúpulo prende os sentidos, a segunda música impressiona ainda mais. “I Wanna Be Where You Are” é uma demonstração da potência da voz de Michael, com um balanço hipnotizante. “I Wanna be, I Wanna be, Oh!” Mesmo amarga, a cerveja possui uma certa doçura.




“Girl Don't Take You Love From Me”, “In Our Small Way” e o sucesso “Got To Be There” são músicas para se dedicar às pessoas amadas. E o pequeno MJ não se cansa em mostrar sua bela voz. Nas três músicas fiquei ainda mais impressionado com o aroma da cerveja (para mim seu ponto forte). Um aroma floral, gostoso, diferente...

A melhor música do disco e uma das melhores do artista é “Rockin´ Robin”. Também dentre as mais conhecidas, desperta a diversão dentro da criança "Michael Jackson" e nos convida a esquecer das tristezas da vida. Hora de encher a taça e aproveitar a beleza da espuma e a reluzente cor âmbar da cerveja, que no contraste com o creme produzido, resulta em uma interessante decoração da taça.




O melhor momento da voz do menino Michael aparece na dramática “Maria (You Were The Only One)”. Qualquer mulher atenderia aos pedidos do jovem cantor nesta música. É o que eu chamo de cantar “com o coração”, simplesmente emocionante...O amargor da cerveja se combina com a emoção transmitida pela música. Ambos, cerveja e música, cumprem incondicionalmente seu papel. “Is it the end?" Ainda não...

“You've Got A Friend”, música de Carole King famosa na voz de James Taylor (gravação do ano anterior), ganhou nova roupagem Rhythm & Blues na marcante voz do garoto “Michael Joseph Jackson”. Este foi o início da musicalmente incrível carreira solo de Michael.

Conheça mais da discografia do “Rei do Pop” e bom divertimento!

Dicas e curiosidades:
* Deguste a cerveja com temperatura do líquido entre 5 e 7 °C.

* Não use copos com boca fina, prefira as taças de boca mais larga para a fim de que o aroma se desprenda mais facilmente durante a degustação.

*A cerveja "Stone Levitation Ale", assim como outras cervejas artesanais americanas, não é comercializada no Brasil. Atenção Importadores!!!

* Em 2007, esta cerveja ganhou a medalha de ouro no “The Great American Beer Festival”.

*O álbum importado “Got To Be There” pode ser encontrado por aproximadamente R$ 100 na internet.

* Em 1972, Michael Jackson foi eleito o melhor vocalista masculino do ano por seu primeiro disco solo, "Got to Be There".

* Gostaria de agradecer ao Cássio Piccolo do Frangó, por ceder a cerveja para este blog (sem este auxílio, esta postagem não seria possível). O Frangó é um tradicional boteco da Freguesia do Ó (SP), que possui uma carta de cervejas de mais de 300 diferentes rótulos de todo o mundo. Para mais informações visite o www.frangobar.com.br