quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Harmonização Online - #provetuite Eisenbahn

Pessoal, segue harmonização feita no twitter pelo Juliano Mendes: Eisenbahn Kolsch e queijo Brie!!!

domingo, 1 de novembro de 2009

Harmonização #19 - Cerveza Schneider Rubia (CCU Argentina) com "Canciones con Fundamento" (Mercedes Sosa)

Amigos, nas últimas semanas, devido mudança de cidade, não pude comprar novas cervejas para degustação. Neste feriado resolvi fazer um estoque para garantir as postagens deste mês.

Hoje falarei sobre a cantora argentina "Haydée Mercedes Sosa", de 74 anos, que morreu no último dia 4 em Buenos Aires em consequência de uma doença hepática que piorou por complicações respiratórias. Sosa foi uma das intérpretes mais conhecidas da música regional latino-americana e uma das artistas mais famosas na Argentina depois de Carlos Gardel e Astor Piazzolla. Seu segundo disco, "Canciones con Fundamento" de 1965, mostrou ao mundo os lampejos de personalidade que a transformaram na voz de todas as vozes.

Para esta harmonização escolhi a "Schneider Rubia" (da fabricante "CCU Argentina"), uma cerveja autêntica, que possui equilíbrio entre cor, aroma e sabor, caracterísitcas das melhores cervejas Lager.

“Chacarera del 55” inicia ao som do violão e demonstra o que era o folk argentino dos anos 60. Já a cerveja tem uma bela cor levemente dourada e um leve aroma de maltes e cereais.

As músicas “El cachapecero” e “El cosechero” seguem a mesma toada, reforçando o aspecto de música de raiz do álbum. Enquanto a voz de Mercedes Sosa começa a se destacar, temos o primeiro contato gustativo com a cerveja. Ela possui carbonatação média e leve sabor com ligeiras notas de malte.

A voz e violão dão novamente as caras em “El viento duende”, faixa de grande energia e carisma. Já a cerveja Rubia possui discreto amargor no final, que persiste por pouco tempo na boca.

“La de los humildes” é uma das músicas mais belas do disco. Nela Sosa já dava mostras que seria uma voz que representaria seu povo. Uma nova taça traz à tona a beleza da espuma, branca e de bela formação.

Em “La zafrera”, mais uma vez nos encantamos com a imponente voz de Mercedes Sosa, enquanto que em “Los inundados” nos sentimos no interior da Argentina, nas vilas que margeiam os rios Paraná e da Prata. Uma bela paisagem para a refrescância desta cerveja.

“Zamba de la distancia” e “Zamba del riego” fecham o álbum e nos fazer entender um pouco o mito Mercedes Sosa. Não é o meu estilo de música predileto, mas ao ouvi-la senti um misto de respeito, gratidão e pesar pela sua recente morte. Assim como a cerveja Schneider Rubia, vale a pena conhecê-la.

Dicas e curiosidades:

* A "CCU ou Companhia Cervejeira Unidas" é um grande grupo chileno do setor de bebidas na América do Sul. A empresa é controlada pelos grupos Luksic (Quiñenco) e Heineken;

* A Schneider é produzida na Argentina desde 1912;

* A cerveja, na embalagem lata de 473 ml, custa aproximadamente R$ 4;

* O CD importado “Canciones con Fundamento” pode ser encontrado na Internet por aproximadamente R$ 30;

* Sosa era chamada carinhosamente por "La Negra". Para alguns devido aos seus longos cabelos escuros. Para outros, por causa de sua ascendência ameríndia (relacionada aos habitantes da América antes da chegada dos europeus). Também era conhecida como "a voz da maioria silenciosa", por sua defesa dos pobres e sua luta pela liberdade;

* O álbum foi originalmente lançado em 1965, no selo independente de seu marido "Manuel Oscar Matus";

* Aos 15 anos de idade, "Mercedes Sosa" debutou e venceu, sob o pseudônimo de "Gladys Osório", um concurso organizado pela LV12 "Radio Tucumán";

* O disco “Canciones con Fundamento” é uma compilação de músicas folclóricas da Argentina;


domingo, 11 de outubro de 2009

Harmonização #18 - Super Bock Abadia Rubi (Unicer) com "AreYou Ready for the Blackout?" (X-Wife)

Neste feriado irei harmonizar música e cerveja dos nossos irmãos portugueses. Ainda não havia postado nada sobre nossos colonizadores e me surpreendi positivamente com a qualidade da música e a divertida interatividade do site da marca.

A banda escolhida é a X-Wife da cidade de Porto, que iniciou suas atividades em 2002 pelas mãos de João Vieira, também conhecido por DJ Kitten (voz e guitarra da banda). Rui Maia (sintetizadores e bateria) e Fernando Sousa (baixo) completam a banda. O terceiro álbum "AreYou Ready for the Blackout?" é rock, eletrônico, direto, experimental e revela-se mais pensado, vindo de um grupo mais maduro que sabe bem o que quer.

A cerveja selecionada é a Super Bock Abadia Rubi (cervejaria Unicer), uma ruiva ligeiramente doce e com 6,8% de teor alcoólico. Segundo o fabricante ela é ideal para acompanhar os sabores das carnes vermelhas, assados e pratos tradicionalmente fortes.

“On the Radio”, música que abre o disco, é o grande single do mesmo. O refrão é hipnótico, nos fazendo bater o pé no chão e chacoalhar a cabeça, controlando o ritmo com a levada das guitarras e do sintetizador. A apresentação visual da cerveja também é muito boa. O formato da garrafa chama muito a atenção, assim como a coloração cobre avermelhada, com creme bege claro de boa formação e média duração. Já o aroma é muito suave e não traz grandes percepções.



A segunda faixa"Summertime Death", traz à tona o som festivo do álbum. As guitarras novamente aparecem controlando as ações e elevando a energia da festa. Os riffs de “Headlights” também são fundamentais para a degustação completa do som. Enquanto isso, a bateria tradicional traz uma pitada disco, realçando a canção. O malte (caramelo) se sobressai sobre o lúpulo, redundando num sabor suave e um amargor médio/baixo.

“Black Tears” traz um rock mais contido, que de forma intrigante nos traz uma maneira nova de olhar o estilo dos X-Wife. A temperatura mais alta do que geralmente tomamos uma cerveja pilsen, também favorece uma nova percepção. Um sabor mais adocicado e uma maior percepção de álcool com baixo amargor.

“Heart Of The World” para mim é a música que melhor representa a banda. Sintetizador e bateria fazem uma parceria contundente, enquanto a guitarra renasce após o refrão para se fazer muito bem presente. O sabor maltado também aparece, deixando um aftertaste doce e levemente exagerado.

Já a música que mais me chamou a atenção foi “Good Times”. Guitarra sem distorção, vocal numa espécie de “falsete”, sintetizador presente mais uma vez e bateria leve. Sensacional para harmonizar com uma cerveja nova e diferente.



“Fantasma” é interessante se ouvida à meia luz ou no escuro. Seria uma boa trilha sonora para um filme de terror futurista. Sua porção mais eletrônica e seu canto final são uma ótima combinação. O teor alcoólico e malte reforçam o adocicado gosto residual e destacam a parceria.

Próxima do fim, “Fireworks” é muito boa. Parece um strokes com mais ginga. O som continua mergulhado numa mistura do final dos 70 com início dos 80, reforçado na faixa com uma bateria que preenche muito mais o som e lhe dá um toque mais analógico. A cerveja não possui alto drinkabillity, mas sugere uma boa oportunidade para degustação.



Como eles próprios dizem na última musica, "I've got nothing else to prove". Realmente não têm mesmo. Ótima harmonização e diversão!!!

Dicas e curiosidades:

* Deguste a "Super Bock Abadia Rubi" com temperatura do líquido entre 5 e 7 °C;

* O site da cervejaria é o http://www.superbock.pt/. Nele é possível ter informações sobre cinema, música e festivais, além de participar de promoções e conhecer os pratos que melhor harmonizam com as cervejas da fabricante.

* Ela patrocina o “Super Bock Super Rock”, um festival de música de Verão realizado anualmente em Portugal. Organizado desde 1995, é atualmente um dos mais importantes festivais de música do país.

* A cerveja em sua versão garrafa 330 ml custa aproximadamente R$ 6. Aos amigos de Pirassununga, informo que fiz a compra no supermercado Covabra. Aproveitem;

* O CD importado é encontrado na internet por aproximadamente R$ 50;

* O single “On The Radio” conta com a participação de Raquel Ralha dos WrayGunn.

* A banda tocou no “Super Bock Super Rock” em 2004 no palco secundário e em 2007 no palco principal;

* Suas músicas são todas compostas na língua inglesa.

domingo, 4 de outubro de 2009

Harmonização #17 - 1906 Reserva Especial (Hijos de Rivera) com "Costa Azul" (Sidonie)

Pessoal, nesta semana a dica de harmonização vem da Espanha.

A cerveja selecionada é a "1906 Reserva Especial", da cervejaria "Hijos de Rivera" de La Coruña. Ela possui maltes tostados que lhe conferem uma bela cor, associada ao amargor do lúpulo.

A banda catalã "Sidonie", escolhida como opção musical para a harmonização, é composta por "Marc Ros" (vocal, guitarra e baixo), "Jesus Senra" (backing vocal, baixo, cítara, guitarra e violão) e "Axel Pi" (bateria e percussão). O disco sugerido é o “Costa Azul” de 2007, que combina pop e rock numa base rítmica brilhante e inspirada.

“Persona” dá início ao álbum com uma energia muito boa. Os vocais fazem a apresentação inicial, enquanto a bateria mantém o ritmo da música. A guitarra surge com riffs marcantes e solo autêntico. Quanto à cerveja, a cor âmbar chama a atenção enquanto a espuma se apresenta densa e com boa duração. O aroma remete à presença destacada do malte e do lúpulo.



A música seguinte dá nome ao disco. “Costa Azul” é mais lenta e bela, e demonstra a interessante combinação entre diferentes instrumentos. Interessante também é o contato inicial com o sabor da cerveja. O amargor se faz bastante presente, com final ligeiramente adocicado.

A guitarra, o baixo e a bateria controlam o andamento de “Sylvia”, enquanto “Los Olvidados” conta com a participação especial de "Miri Ros", irmã do vocalista "Marc Ros". Destacam-se neste momento a presença alcoólica da cerveja e a percepção de notas de banana que surgem no aftertaste.

Em “Nuestro Baile Del Viernes” a guitarra comanda as ações num convite para participarmos da festa. “Mi Canción de Domingo” segue a mesma linha da faixa anterior e reforça o convite também para um novo contato com o líquido. Este se apresenta levemente doce, com amargor destacado e final seco.



“Miles” é uma belíssima música e abre caminho para “Dandy del Extrarradio”, que possui uma levada bastante divertida. Em minha humilde opinião é a melhor faixa do disco. A guitarra faz uma perfeita parceria com os vocais e dá forças ao sentimento de liberdade e movimento. Mais uma boa oportunidade para encher novamente a taça e degustar novamente a 1906. O sabor se mantém característico e agrada paladares favoráveis à presença de um “declarado” amargor.



A faixa “Todo Lo Que Nos Gusta” poderia ser uma música do "Jayhawks" ou do "Wilco", bandas americanas que gosto bastante. A faixa é uma agradável mistura de rock e country, sem ser piegas ou cansar os ouvidos. Extremamente feliz, assim como a combinação do amargor e das notas florais que surgem na boca após a degustação.

Por fim, “Giraluna” encerra o disco com belas presenças vocais. Uma bela canção onde podemos validar a unidade e integração entre os músicos.

Boa diversão e ótima harmonização!!!

Dicas e curiosidades:

* Deguste a "1906 Reserva Especial" com temperatura do líquido entre 5 e 7 °C;

* O nome da cerveja foi escolhido para comemorar a data de fundação da cervejaria “Estrella Galicia”.

* A cerveja em sua versão garrafa 330 ml custa aproximadamente R$ 4;

* O CD importado é encontrado na internet por aproximadamente R$ 70;

* O nome da banda foi retirado de uma música cantada pela musa "Brigitte Bardot", no drama francês “Vida Privada” de 1962.

* Nos primeiros discos as músicas possuíam a maioria das letras em Inglês. Já os últimos trabalhos foram compostos na língua espanhola;

* Os integrantes da banda se basearam na obra do escritor americano "F. Scott Fitzgerald" para escrever as letras deste álbum;

* Catalunha é uma comunidade autônoma da Espanha, que possui a cidade de Barcelona como capital. Ela não é independente, mas tem autonomia nas suas decisões.

domingo, 20 de setembro de 2009

Harmonização #16 - Eisenbahn Weizenbock (Eisenbahn) com "Tim Maia Racional, Vol. 2" (Tim Maia)

Pessoal, depois de uma semana de folga devido mudança de cidade, resolvi sugerir um dos melhores discos nacionais que já conheci. Uma mistura de funk e soul de primeira qualidade, interpretado por uma das maiores vozes que o Brasil já teve. “Tim Maia Racional, Vol. 2”, de Sebastião Rodrigues Maia, o nosso “Tim Maia”.

No final de 1974 ele mergulhou fundo nos ensinamentos da seita “Universo em Desencanto”, liderada por “Manuel Jacinto Coelho” (segundo um site que consultei era uma espécie de Edir Macedo da ufologia). Neste blog, a pregação idealizada à época será deixada de lado, a fim de ressaltar o poder da “Black Music” e a qualidade deste inesquecível disco.

Para acompanhar o álbum escolhi uma cerveja escura, diferente, forte e interessante como o som do Tim. A “Eisenbahn Weizenbock” é uma cerveja de trigo de alta fermentação do tipo Ale. Ela é feita com seis tipos de malte, possui coloração avermelhada escura, baixo amargor e teor alcoólico respeitável de 8%.

“Quer queira quer não queira” inicia o disco num swing sensacional. Percussão, teclado, bateria, metais e voz fazem um conjunto uniforme. A “Eisenbahn Weizenbock” também. Ela possui agradável aroma pronunciado de trigo, cravo e banana, bela coloração escura e avermelhada, além de um creme bege, encorpado e consistente de ótima duração.

A segunda música, “Paz Interior“, já é mais tradicional, com um pé no “Samba” e outro na “Black Music”. A cerveja é um pouco frutada e adocicada, mas alinhada ao seu corpo latente não prejudica o conjunto. Pelo contrário, suas notas de malte tostado e café, sua consistência cremosa e aveludada e a carbonatação sob medida, sugerem a necessidade de mais um saboroso contato.

Na faixa “O caminho do Bem”, baixo e guitarra dão o tom da música. A voz de Tim está bem próxima, grave e até confessional. Assim também é a “Weizenbock”, que aos poucos penetra nas papilas gustativas e se torna presente na percepção do cativante e ligeiramente doce sabor residual.



Em “Energia Racional”, através de sua bela e empostada voz, ”Tim Maia” utiliza seu poder de persuasão. Já em “Que legal” a música latina toma conta da situação. Mais uma vez a percussão surge exaltante e mantém todo o balanço da música. O que chama atenção na cerveja é que todas as características se tornam presentes, sem sobreposições. Conseguimos perceber todas as nuances, sem que o resultado seja exagerado. Assim como a música do mestre Tim.

“Guiné Bissau, Moçambique e Angola Racional” surge com uma levada simples, mas encantadora. Metais, percussão, guitarra e baixo dão suporte à voz potente de “Tim Maia”. A “Eisenbahn Weizenbock” é uma ótima opção de cervejas de trigo para quem quer mais corpo e malte, mantendo ao mesmo tempo as principais características de uma “Weissbier”.

“Imunização Racional (Que beleza)" encerra o disco como um hino do “Universo em Desencanto“. Mais do que isso, é o tema de uma das maiores preciosidades musicais do Brasil. Divirtam-se e boa degustação!!!



Dicas e curiosidades:

* A recomendação da fabricante é degustar a cerveja numa temperatura entre 5 e 7 °C. Temperaturas muito baixas desfavorecem a percepção de sabores, prejudicam a formação de espuma e ocultam eventuais defeitos de uma cerveja, como a oxidação e traços químicos;

* O ideal é ter um copo que receba todo líquido, devido presença do fermento que fica depositado no fundo da garrafa. Para aproveitar esta levedura, basta ao término da garrafa deixar um pouco no líquido na mesma, agitá-la e servir;

* A “Eisenbahn Weizenbock” ganhou medalha de bronze em uma das principais competições cervejeiras do mundo, a “European Beer Star” na categoria “South-German-Style Weizenbock Dunkel”, em 2007;

* A cerveja, encontrada na garrafa de 355 ml, custa aproximadamente R$ 3,50 nos supermercados;

* A gravadora “Trama” Lançou o volume 1 em CD, custando aproximadamente R$ 25. Não encontrei o volume 2 disponibilizado para venda. Ele está disponível para download na Web;

* Os dois discos (“Tim Maia Racional, volumes 1 e 2”) foram considerados pioneiros na distribuição independente. Eles foram lançados pelo selo “Seroma”, anagrama de "amores" (ao contrário) e abreviação do nome de batismo do músico;

* Na época, os shows de Tim Maia eram feitos a título da "divulgação da Cultura Racional", sendo acompanhados quase que exclusivamente por seguidores do Universo em Desencanto;

* Devido à ideologia da seita, Tim teve de se livrar de todos os bens materiais de seu apartamento. Além disso, convenceu sua banda a entrar para a seita e pintou todos os instrumentos de branco.

* Desiludido com os rumos da filosofia em questão (percebeu que o “mestre espiritual” Manuel não correspondeu ao ideal de um mestre e que não iria encontrar seres de outros planetas), Tim Maia tirou de circulação os álbuns. Atualmente ambos são itens de colecionador, muito difíceis de serem encontrados;

* Estão circulando na Web cinco músicas inéditas, conhecidas por “Tim Maia Racional Volume 3”. Vale a pena conhecer!!!

domingo, 6 de setembro de 2009

Harmonização #15 - Schöfferhofer Dunkles Hefeweizen (Binding-Brauerei) com "Faking The Books" (Lali Puna)

Pessoal, nesta semana falarei sobre a Alemanha, considerada o “país da cerveja”, devido suas mais de 1.200 cervejarias ativas e 5.000 marcas nacionais disponíveis ao consumo.

O produto selecionado é a “Schöfferhofer Dunkles Hefeweizen”, da cervejaria "Binding Brauerei "(primeira cervejaria alemã fora da região da Bavária). Ela é uma cerveja de trigo como a belga "Vedett" (degustada na dica # 13), mas diferentemente da anterior possui coloração escura (sem ser explicitamente adocicada).

A banda escolhida é a indie eletrônica "Lali Puna". O grupo foi formado em 1998 e hoje conta com "Valerie Trebeljahr" (voz e teclados), "Markus Acher" (guitarra), "Christoph Brandner" (bateria) e "Christian Heiß" (teclados). Após dois discos bastante eletrônicos, eles lançaram em 2004 “Faking The Books”, um álbum com mais guitarras e músicas mais diretas que os iniciais. Ele será o tema da nossa “degustação musical”.

Na faixa título “Faking The Books” é possível observar a grande semelhança da voz de “Valerie Trebeljahr” com “Laetitia Sadier”, vocalista da ótima banda “Stereolab” (influência latente da Lali Puna). A melodia é leve, linda e nos faz entrar em sintonia com a própria música. Abra a cerveja seguindo o “Ritual para as cervejas de trigo não-filtradas” (ver “Dicas e Curiosidades”) e sirva lentamente o copo.



“Call 1-800-FEAR” é mais uma música que poderia ser creditada ao “Stereolab”. Instrumental e loops eletrônicos reforçam a pulsação “nervosa” da música. No controle permanente das peças deste quebra cabeça está o vocal subaquático e diferente de “Valerie”. A cor marrom da cerveja é bela, sendo que a espuma é ligeiramente bege, cremosa e densa. Vale a pena passar um tempo admirando visualmente a “Schöfferhofer Dunkles”. Seu aroma remete a trigo, maltes torrados e caramelo.

“Micronomic” reforça a capacidade da “Lali Puna” em embalar suavemente o ouvinte durante a melodia e logo em seguida dar um soco em sua cara através de um pesado riff. A guitarra se faz presente e consolida o novo direcionamento da banda neste terceiro disco. Hora de experimentar a cerveja e sentir um razoável corpo, médio amargor e aftertaste agradável. A mistura entre o paladar de uma cerveja de trigo e os maltes torrados é bastante interessante.



A voz de “Valerie Trebeljahr” chama novamente a atenção em “Small Things”, enquanto que “B-Movie” é um dos destaques do disco. A bateria inicia de forma contagiante, acompanhada pela guitarra e seguida pelo teclado. O vocal meio falado, meio cantado, lembra a banda “Pixies”, enquanto a bateria continua incansável. Cada contato com a “Schöfferhofer” enaltece o amargor sob medida desta cerveja.



“Grin and Bear” também conta com a presença de todos os instrumentos, enquanto “Left Handed” é outro grande destaque. A guitarra mais uma vez presente, permanece firmemente ancorada na alta frequência da faixa, enquanto que o líquido mantém seu sabor bastante agradável, principalmente a temperaturas levemente mais altas.

A faixa “Crawling By Numbers” encerra o disco de forma bela e suave, deixando junto a cerveja Schöfferhofer Dunkles, uma vontade de “quero mais”. Ótimo feriado a todos e "Ein Prosit"!!!

Dicas e curiosidades:

* “Ritual para as cervejas de trigo não-filtradas”: O ideal é ter um copo que receba todo líquido, devido presença do fermento que fica depositado no fundo da garrafa. Para aproveitar esta levedura, basta ao término da garrafa deixar um pouco no líquido na mesma, agitá-la e servir;

* Contando todos os tipos de bebidas (alcoólicas e não alcoólicas), a cerveja é a terceira mais consumida na Alemanha (as primeiras são água e café);

* O duque "Guilherme IV da Baviera", decretou em 1516 a "Lei de Pureza da Cerveja", conhecida oficialmente por "Reinheitsgebot". Ela só permite o uso de quatro elementos para a fabricação da cerveja: água pura, malte, lúpulo e fermento (incluído nesta lei algum tempo mais tarde);

* Reza a lenda, que o duque tomou esta decisão por causa de uma bela ressaca. Na tentativa de “inovar” suas receitas, os cervejeiros da época incluíam ingredientes bizarros na cerveja, como fuligem e cal, o que provavelmente teria causado a ressaca de "Guilherme IV";

* Além das 1.200 cervejarias particulares, na Alemanha existem 5.000 hectares de Lúpulo (matéria prima da cerveja) e 150 monastérios que ainda produzem a bebida;

* A cerveja foi comprada por R$ 20 no “Mr.Beer – Cervejas Especiais”, quiosque do Shopping Ibirapuera (Piso Moema) em SP, especializado em Cervejas Especiais (http://www.mrbeercervejas.com.br/);

* A versão importada do CD custa aproximadamente R$ 40;

* "Lali Puna" é a banda favorita de "Johnny Greenwood", guitarrista e tecladista do "Radiohead";

* A banda quase esteve no Brasil para divulgar o disco “Faking The Books” em 2004, mais desmarcou sua presença no "Festival Resfest" em cima da hora;

domingo, 30 de agosto de 2009

Harmonização #14 - Schloss Eggenberg Urbock 23° (Brauerei Schloss Eggenberg) com "Eela Craig" (Eela Craig)

Amigos, nesta semana irei falar sobre a "Áustria", terra de "Wolfgang Amadeus Mozart", da família "Strauss" e da famosa "valsa".

A banda escolhida é a "Eela Craig", que desde 1970 combinou de uma forma bem original Rock Progressivo, Música Clássica e Jazz. O álbum sugerido é o primeiro, também intitulado "Eela Craig" e lançado em 1971 com uma tiragem de apenas 1500 cópias.

Já a cerveja a ser degustada é a "Schloss Eggenberg Urbock 23°", uma "doppelbock (double bock)" que amadurece em cavernas durante nove meses, até que complete sua fermentação. Encorpada, possui sabor presente, bem equilibrado, com interessante amargor do lúpulo.

Na primeira música “New Born Child”, o vocalista "Will Orthofer" nos assusta com seus gritos, anunciando o início da música. Ótimo momento para buscar a cerveja na geladeira. Quando a colocamos na taça, podemos ver sua bela cor dourada, levemente escura, com leve formação de espuma. Aos poucos a música também ganha em ânimo e sua melodia e balanço a tornam mais agradável.

A música “Selfmade Trip” começa lenta e tranqüila com belo instrumental. Aproveite um pouco do intenso aroma de malte, devido boa presença de lúpulo. Quando menos esperamos, surge a guitarra e comanda a festa. Boa hora para o “primeiro trago”, onde notamos seu paladar encorpado, com grande sabor de malte. Traz também notas de mel, com presença marcante de lúpulo no aftertaste. Entre flautas, teclados, pratos e guitarras, o líquido caminha pela boca, reforçando seu sabor acentuado e sua alta presença de álcool.



“A New Way” parece uma continuação da música anterior, mas depois se diferencia pela continuidade dos vocais no início da música. A veia Jazzística aparece fortemente nesta canção, presenteando nossos ouvidos, assim como a "Urbock 23°" presenteia nossas papilas gustativas. Ela possui um aroma doce, sabor picante, com residual doce perceptível, mas não desequilibrado. A sensação na boca é de álcool superior e residual doce, bastante licoroso.

A música “Indra Elegy” nos leva para uma viagem psicodélica, onde a flauta, a bateria e a guitarra fazem nosso corpo levitar. Também, depois de ter tomado quase 300 ml de uma cerveja de altíssimo teor alcoólico, isso não é tarefa difícil. Aos poucos a cerveja nos faz lembrar o estilo “Malt Liquor”, colocando-se entre os dois eixos. Enquanto isso a melodia se torna ainda mais bela e nos direciona ao término do espetáculo.

“Irminsul”, “Yggdrasil”, “Stories” e Cheese” são faixas bônus que foram adicionadas ao disco nos anos seguintes ao lançamento original. Vale mais a pena se concentrar apenas nas quatro faixas iniciais do álbum.

Dicas e curiosidades:

* A "Schloss Eggenberg Urbock 23°" é conhecida como o “Conhaque das Cervejas”;

* Os 23° se referem aos graus Plato (gramas de extrato equivalentes ao peso da sacarose) do extrato primitivo (também conhecido como extrato original, densidade primitiva ou mosto original), que é a soma de todas as substâncias dissolvidas no mosto antes da fermentação;

* Pela legislação brasileira, uma cerveja é considerada forte se apresentar extrato primitivo igual ou superior a 14°;

* Apesar dos graus plato, seu teor alcoólico é de 9,6% alc./vol, valor enorme quando comparado às cervejas pilsen (aproximadamente 4,5% alc./vol);

* A cerveja pode ser encontrada por aproximadamente R$ 20;

* A versão importada e usada do CD custa aproximadamente R$ 40;

* A banda tinha três tecladistas que tocavam “hammond organ c3”, “mellotron” e piano. Além disso, também fazia parte da banda um pianista que tocava flauta e saxofone;

* Os críticos compararam este álbum com os de famosas bandas da época, como "Emerson, Lake & Palmer, King Crimson, Gentle Giant e Coliseu".