domingo, 1 de novembro de 2009

Harmonização #19 - Cerveza Schneider Rubia (CCU Argentina) com "Canciones con Fundamento" (Mercedes Sosa)

Amigos, nas últimas semanas, devido mudança de cidade, não pude comprar novas cervejas para degustação. Neste feriado resolvi fazer um estoque para garantir as postagens deste mês.

Hoje falarei sobre a cantora argentina "Haydée Mercedes Sosa", de 74 anos, que morreu no último dia 4 em Buenos Aires em consequência de uma doença hepática que piorou por complicações respiratórias. Sosa foi uma das intérpretes mais conhecidas da música regional latino-americana e uma das artistas mais famosas na Argentina depois de Carlos Gardel e Astor Piazzolla. Seu segundo disco, "Canciones con Fundamento" de 1965, mostrou ao mundo os lampejos de personalidade que a transformaram na voz de todas as vozes.

Para esta harmonização escolhi a "Schneider Rubia" (da fabricante "CCU Argentina"), uma cerveja autêntica, que possui equilíbrio entre cor, aroma e sabor, caracterísitcas das melhores cervejas Lager.

“Chacarera del 55” inicia ao som do violão e demonstra o que era o folk argentino dos anos 60. Já a cerveja tem uma bela cor levemente dourada e um leve aroma de maltes e cereais.

As músicas “El cachapecero” e “El cosechero” seguem a mesma toada, reforçando o aspecto de música de raiz do álbum. Enquanto a voz de Mercedes Sosa começa a se destacar, temos o primeiro contato gustativo com a cerveja. Ela possui carbonatação média e leve sabor com ligeiras notas de malte.

A voz e violão dão novamente as caras em “El viento duende”, faixa de grande energia e carisma. Já a cerveja Rubia possui discreto amargor no final, que persiste por pouco tempo na boca.

“La de los humildes” é uma das músicas mais belas do disco. Nela Sosa já dava mostras que seria uma voz que representaria seu povo. Uma nova taça traz à tona a beleza da espuma, branca e de bela formação.

Em “La zafrera”, mais uma vez nos encantamos com a imponente voz de Mercedes Sosa, enquanto que em “Los inundados” nos sentimos no interior da Argentina, nas vilas que margeiam os rios Paraná e da Prata. Uma bela paisagem para a refrescância desta cerveja.

“Zamba de la distancia” e “Zamba del riego” fecham o álbum e nos fazer entender um pouco o mito Mercedes Sosa. Não é o meu estilo de música predileto, mas ao ouvi-la senti um misto de respeito, gratidão e pesar pela sua recente morte. Assim como a cerveja Schneider Rubia, vale a pena conhecê-la.

Dicas e curiosidades:

* A "CCU ou Companhia Cervejeira Unidas" é um grande grupo chileno do setor de bebidas na América do Sul. A empresa é controlada pelos grupos Luksic (Quiñenco) e Heineken;

* A Schneider é produzida na Argentina desde 1912;

* A cerveja, na embalagem lata de 473 ml, custa aproximadamente R$ 4;

* O CD importado “Canciones con Fundamento” pode ser encontrado na Internet por aproximadamente R$ 30;

* Sosa era chamada carinhosamente por "La Negra". Para alguns devido aos seus longos cabelos escuros. Para outros, por causa de sua ascendência ameríndia (relacionada aos habitantes da América antes da chegada dos europeus). Também era conhecida como "a voz da maioria silenciosa", por sua defesa dos pobres e sua luta pela liberdade;

* O álbum foi originalmente lançado em 1965, no selo independente de seu marido "Manuel Oscar Matus";

* Aos 15 anos de idade, "Mercedes Sosa" debutou e venceu, sob o pseudônimo de "Gladys Osório", um concurso organizado pela LV12 "Radio Tucumán";

* O disco “Canciones con Fundamento” é uma compilação de músicas folclóricas da Argentina;


domingo, 11 de outubro de 2009

Harmonização #18 - Super Bock Abadia Rubi (Unicer) com "AreYou Ready for the Blackout?" (X-Wife)

Neste feriado irei harmonizar música e cerveja dos nossos irmãos portugueses. Ainda não havia postado nada sobre nossos colonizadores e me surpreendi positivamente com a qualidade da música e a divertida interatividade do site da marca.

A banda escolhida é a X-Wife da cidade de Porto, que iniciou suas atividades em 2002 pelas mãos de João Vieira, também conhecido por DJ Kitten (voz e guitarra da banda). Rui Maia (sintetizadores e bateria) e Fernando Sousa (baixo) completam a banda. O terceiro álbum "AreYou Ready for the Blackout?" é rock, eletrônico, direto, experimental e revela-se mais pensado, vindo de um grupo mais maduro que sabe bem o que quer.

A cerveja selecionada é a Super Bock Abadia Rubi (cervejaria Unicer), uma ruiva ligeiramente doce e com 6,8% de teor alcoólico. Segundo o fabricante ela é ideal para acompanhar os sabores das carnes vermelhas, assados e pratos tradicionalmente fortes.

“On the Radio”, música que abre o disco, é o grande single do mesmo. O refrão é hipnótico, nos fazendo bater o pé no chão e chacoalhar a cabeça, controlando o ritmo com a levada das guitarras e do sintetizador. A apresentação visual da cerveja também é muito boa. O formato da garrafa chama muito a atenção, assim como a coloração cobre avermelhada, com creme bege claro de boa formação e média duração. Já o aroma é muito suave e não traz grandes percepções.



A segunda faixa"Summertime Death", traz à tona o som festivo do álbum. As guitarras novamente aparecem controlando as ações e elevando a energia da festa. Os riffs de “Headlights” também são fundamentais para a degustação completa do som. Enquanto isso, a bateria tradicional traz uma pitada disco, realçando a canção. O malte (caramelo) se sobressai sobre o lúpulo, redundando num sabor suave e um amargor médio/baixo.

“Black Tears” traz um rock mais contido, que de forma intrigante nos traz uma maneira nova de olhar o estilo dos X-Wife. A temperatura mais alta do que geralmente tomamos uma cerveja pilsen, também favorece uma nova percepção. Um sabor mais adocicado e uma maior percepção de álcool com baixo amargor.

“Heart Of The World” para mim é a música que melhor representa a banda. Sintetizador e bateria fazem uma parceria contundente, enquanto a guitarra renasce após o refrão para se fazer muito bem presente. O sabor maltado também aparece, deixando um aftertaste doce e levemente exagerado.

Já a música que mais me chamou a atenção foi “Good Times”. Guitarra sem distorção, vocal numa espécie de “falsete”, sintetizador presente mais uma vez e bateria leve. Sensacional para harmonizar com uma cerveja nova e diferente.



“Fantasma” é interessante se ouvida à meia luz ou no escuro. Seria uma boa trilha sonora para um filme de terror futurista. Sua porção mais eletrônica e seu canto final são uma ótima combinação. O teor alcoólico e malte reforçam o adocicado gosto residual e destacam a parceria.

Próxima do fim, “Fireworks” é muito boa. Parece um strokes com mais ginga. O som continua mergulhado numa mistura do final dos 70 com início dos 80, reforçado na faixa com uma bateria que preenche muito mais o som e lhe dá um toque mais analógico. A cerveja não possui alto drinkabillity, mas sugere uma boa oportunidade para degustação.



Como eles próprios dizem na última musica, "I've got nothing else to prove". Realmente não têm mesmo. Ótima harmonização e diversão!!!

Dicas e curiosidades:

* Deguste a "Super Bock Abadia Rubi" com temperatura do líquido entre 5 e 7 °C;

* O site da cervejaria é o http://www.superbock.pt/. Nele é possível ter informações sobre cinema, música e festivais, além de participar de promoções e conhecer os pratos que melhor harmonizam com as cervejas da fabricante.

* Ela patrocina o “Super Bock Super Rock”, um festival de música de Verão realizado anualmente em Portugal. Organizado desde 1995, é atualmente um dos mais importantes festivais de música do país.

* A cerveja em sua versão garrafa 330 ml custa aproximadamente R$ 6. Aos amigos de Pirassununga, informo que fiz a compra no supermercado Covabra. Aproveitem;

* O CD importado é encontrado na internet por aproximadamente R$ 50;

* O single “On The Radio” conta com a participação de Raquel Ralha dos WrayGunn.

* A banda tocou no “Super Bock Super Rock” em 2004 no palco secundário e em 2007 no palco principal;

* Suas músicas são todas compostas na língua inglesa.

domingo, 4 de outubro de 2009

Harmonização #17 - 1906 Reserva Especial (Hijos de Rivera) com "Costa Azul" (Sidonie)

Pessoal, nesta semana a dica de harmonização vem da Espanha.

A cerveja selecionada é a "1906 Reserva Especial", da cervejaria "Hijos de Rivera" de La Coruña. Ela possui maltes tostados que lhe conferem uma bela cor, associada ao amargor do lúpulo.

A banda catalã "Sidonie", escolhida como opção musical para a harmonização, é composta por "Marc Ros" (vocal, guitarra e baixo), "Jesus Senra" (backing vocal, baixo, cítara, guitarra e violão) e "Axel Pi" (bateria e percussão). O disco sugerido é o “Costa Azul” de 2007, que combina pop e rock numa base rítmica brilhante e inspirada.

“Persona” dá início ao álbum com uma energia muito boa. Os vocais fazem a apresentação inicial, enquanto a bateria mantém o ritmo da música. A guitarra surge com riffs marcantes e solo autêntico. Quanto à cerveja, a cor âmbar chama a atenção enquanto a espuma se apresenta densa e com boa duração. O aroma remete à presença destacada do malte e do lúpulo.



A música seguinte dá nome ao disco. “Costa Azul” é mais lenta e bela, e demonstra a interessante combinação entre diferentes instrumentos. Interessante também é o contato inicial com o sabor da cerveja. O amargor se faz bastante presente, com final ligeiramente adocicado.

A guitarra, o baixo e a bateria controlam o andamento de “Sylvia”, enquanto “Los Olvidados” conta com a participação especial de "Miri Ros", irmã do vocalista "Marc Ros". Destacam-se neste momento a presença alcoólica da cerveja e a percepção de notas de banana que surgem no aftertaste.

Em “Nuestro Baile Del Viernes” a guitarra comanda as ações num convite para participarmos da festa. “Mi Canción de Domingo” segue a mesma linha da faixa anterior e reforça o convite também para um novo contato com o líquido. Este se apresenta levemente doce, com amargor destacado e final seco.



“Miles” é uma belíssima música e abre caminho para “Dandy del Extrarradio”, que possui uma levada bastante divertida. Em minha humilde opinião é a melhor faixa do disco. A guitarra faz uma perfeita parceria com os vocais e dá forças ao sentimento de liberdade e movimento. Mais uma boa oportunidade para encher novamente a taça e degustar novamente a 1906. O sabor se mantém característico e agrada paladares favoráveis à presença de um “declarado” amargor.



A faixa “Todo Lo Que Nos Gusta” poderia ser uma música do "Jayhawks" ou do "Wilco", bandas americanas que gosto bastante. A faixa é uma agradável mistura de rock e country, sem ser piegas ou cansar os ouvidos. Extremamente feliz, assim como a combinação do amargor e das notas florais que surgem na boca após a degustação.

Por fim, “Giraluna” encerra o disco com belas presenças vocais. Uma bela canção onde podemos validar a unidade e integração entre os músicos.

Boa diversão e ótima harmonização!!!

Dicas e curiosidades:

* Deguste a "1906 Reserva Especial" com temperatura do líquido entre 5 e 7 °C;

* O nome da cerveja foi escolhido para comemorar a data de fundação da cervejaria “Estrella Galicia”.

* A cerveja em sua versão garrafa 330 ml custa aproximadamente R$ 4;

* O CD importado é encontrado na internet por aproximadamente R$ 70;

* O nome da banda foi retirado de uma música cantada pela musa "Brigitte Bardot", no drama francês “Vida Privada” de 1962.

* Nos primeiros discos as músicas possuíam a maioria das letras em Inglês. Já os últimos trabalhos foram compostos na língua espanhola;

* Os integrantes da banda se basearam na obra do escritor americano "F. Scott Fitzgerald" para escrever as letras deste álbum;

* Catalunha é uma comunidade autônoma da Espanha, que possui a cidade de Barcelona como capital. Ela não é independente, mas tem autonomia nas suas decisões.

domingo, 20 de setembro de 2009

Harmonização #16 - Eisenbahn Weizenbock (Eisenbahn) com "Tim Maia Racional, Vol. 2" (Tim Maia)

Pessoal, depois de uma semana de folga devido mudança de cidade, resolvi sugerir um dos melhores discos nacionais que já conheci. Uma mistura de funk e soul de primeira qualidade, interpretado por uma das maiores vozes que o Brasil já teve. “Tim Maia Racional, Vol. 2”, de Sebastião Rodrigues Maia, o nosso “Tim Maia”.

No final de 1974 ele mergulhou fundo nos ensinamentos da seita “Universo em Desencanto”, liderada por “Manuel Jacinto Coelho” (segundo um site que consultei era uma espécie de Edir Macedo da ufologia). Neste blog, a pregação idealizada à época será deixada de lado, a fim de ressaltar o poder da “Black Music” e a qualidade deste inesquecível disco.

Para acompanhar o álbum escolhi uma cerveja escura, diferente, forte e interessante como o som do Tim. A “Eisenbahn Weizenbock” é uma cerveja de trigo de alta fermentação do tipo Ale. Ela é feita com seis tipos de malte, possui coloração avermelhada escura, baixo amargor e teor alcoólico respeitável de 8%.

“Quer queira quer não queira” inicia o disco num swing sensacional. Percussão, teclado, bateria, metais e voz fazem um conjunto uniforme. A “Eisenbahn Weizenbock” também. Ela possui agradável aroma pronunciado de trigo, cravo e banana, bela coloração escura e avermelhada, além de um creme bege, encorpado e consistente de ótima duração.

A segunda música, “Paz Interior“, já é mais tradicional, com um pé no “Samba” e outro na “Black Music”. A cerveja é um pouco frutada e adocicada, mas alinhada ao seu corpo latente não prejudica o conjunto. Pelo contrário, suas notas de malte tostado e café, sua consistência cremosa e aveludada e a carbonatação sob medida, sugerem a necessidade de mais um saboroso contato.

Na faixa “O caminho do Bem”, baixo e guitarra dão o tom da música. A voz de Tim está bem próxima, grave e até confessional. Assim também é a “Weizenbock”, que aos poucos penetra nas papilas gustativas e se torna presente na percepção do cativante e ligeiramente doce sabor residual.



Em “Energia Racional”, através de sua bela e empostada voz, ”Tim Maia” utiliza seu poder de persuasão. Já em “Que legal” a música latina toma conta da situação. Mais uma vez a percussão surge exaltante e mantém todo o balanço da música. O que chama atenção na cerveja é que todas as características se tornam presentes, sem sobreposições. Conseguimos perceber todas as nuances, sem que o resultado seja exagerado. Assim como a música do mestre Tim.

“Guiné Bissau, Moçambique e Angola Racional” surge com uma levada simples, mas encantadora. Metais, percussão, guitarra e baixo dão suporte à voz potente de “Tim Maia”. A “Eisenbahn Weizenbock” é uma ótima opção de cervejas de trigo para quem quer mais corpo e malte, mantendo ao mesmo tempo as principais características de uma “Weissbier”.

“Imunização Racional (Que beleza)" encerra o disco como um hino do “Universo em Desencanto“. Mais do que isso, é o tema de uma das maiores preciosidades musicais do Brasil. Divirtam-se e boa degustação!!!



Dicas e curiosidades:

* A recomendação da fabricante é degustar a cerveja numa temperatura entre 5 e 7 °C. Temperaturas muito baixas desfavorecem a percepção de sabores, prejudicam a formação de espuma e ocultam eventuais defeitos de uma cerveja, como a oxidação e traços químicos;

* O ideal é ter um copo que receba todo líquido, devido presença do fermento que fica depositado no fundo da garrafa. Para aproveitar esta levedura, basta ao término da garrafa deixar um pouco no líquido na mesma, agitá-la e servir;

* A “Eisenbahn Weizenbock” ganhou medalha de bronze em uma das principais competições cervejeiras do mundo, a “European Beer Star” na categoria “South-German-Style Weizenbock Dunkel”, em 2007;

* A cerveja, encontrada na garrafa de 355 ml, custa aproximadamente R$ 3,50 nos supermercados;

* A gravadora “Trama” Lançou o volume 1 em CD, custando aproximadamente R$ 25. Não encontrei o volume 2 disponibilizado para venda. Ele está disponível para download na Web;

* Os dois discos (“Tim Maia Racional, volumes 1 e 2”) foram considerados pioneiros na distribuição independente. Eles foram lançados pelo selo “Seroma”, anagrama de "amores" (ao contrário) e abreviação do nome de batismo do músico;

* Na época, os shows de Tim Maia eram feitos a título da "divulgação da Cultura Racional", sendo acompanhados quase que exclusivamente por seguidores do Universo em Desencanto;

* Devido à ideologia da seita, Tim teve de se livrar de todos os bens materiais de seu apartamento. Além disso, convenceu sua banda a entrar para a seita e pintou todos os instrumentos de branco.

* Desiludido com os rumos da filosofia em questão (percebeu que o “mestre espiritual” Manuel não correspondeu ao ideal de um mestre e que não iria encontrar seres de outros planetas), Tim Maia tirou de circulação os álbuns. Atualmente ambos são itens de colecionador, muito difíceis de serem encontrados;

* Estão circulando na Web cinco músicas inéditas, conhecidas por “Tim Maia Racional Volume 3”. Vale a pena conhecer!!!

domingo, 6 de setembro de 2009

Harmonização #15 - Schöfferhofer Dunkles Hefeweizen (Binding-Brauerei) com "Faking The Books" (Lali Puna)

Pessoal, nesta semana falarei sobre a Alemanha, considerada o “país da cerveja”, devido suas mais de 1.200 cervejarias ativas e 5.000 marcas nacionais disponíveis ao consumo.

O produto selecionado é a “Schöfferhofer Dunkles Hefeweizen”, da cervejaria "Binding Brauerei "(primeira cervejaria alemã fora da região da Bavária). Ela é uma cerveja de trigo como a belga "Vedett" (degustada na dica # 13), mas diferentemente da anterior possui coloração escura (sem ser explicitamente adocicada).

A banda escolhida é a indie eletrônica "Lali Puna". O grupo foi formado em 1998 e hoje conta com "Valerie Trebeljahr" (voz e teclados), "Markus Acher" (guitarra), "Christoph Brandner" (bateria) e "Christian Heiß" (teclados). Após dois discos bastante eletrônicos, eles lançaram em 2004 “Faking The Books”, um álbum com mais guitarras e músicas mais diretas que os iniciais. Ele será o tema da nossa “degustação musical”.

Na faixa título “Faking The Books” é possível observar a grande semelhança da voz de “Valerie Trebeljahr” com “Laetitia Sadier”, vocalista da ótima banda “Stereolab” (influência latente da Lali Puna). A melodia é leve, linda e nos faz entrar em sintonia com a própria música. Abra a cerveja seguindo o “Ritual para as cervejas de trigo não-filtradas” (ver “Dicas e Curiosidades”) e sirva lentamente o copo.



“Call 1-800-FEAR” é mais uma música que poderia ser creditada ao “Stereolab”. Instrumental e loops eletrônicos reforçam a pulsação “nervosa” da música. No controle permanente das peças deste quebra cabeça está o vocal subaquático e diferente de “Valerie”. A cor marrom da cerveja é bela, sendo que a espuma é ligeiramente bege, cremosa e densa. Vale a pena passar um tempo admirando visualmente a “Schöfferhofer Dunkles”. Seu aroma remete a trigo, maltes torrados e caramelo.

“Micronomic” reforça a capacidade da “Lali Puna” em embalar suavemente o ouvinte durante a melodia e logo em seguida dar um soco em sua cara através de um pesado riff. A guitarra se faz presente e consolida o novo direcionamento da banda neste terceiro disco. Hora de experimentar a cerveja e sentir um razoável corpo, médio amargor e aftertaste agradável. A mistura entre o paladar de uma cerveja de trigo e os maltes torrados é bastante interessante.



A voz de “Valerie Trebeljahr” chama novamente a atenção em “Small Things”, enquanto que “B-Movie” é um dos destaques do disco. A bateria inicia de forma contagiante, acompanhada pela guitarra e seguida pelo teclado. O vocal meio falado, meio cantado, lembra a banda “Pixies”, enquanto a bateria continua incansável. Cada contato com a “Schöfferhofer” enaltece o amargor sob medida desta cerveja.



“Grin and Bear” também conta com a presença de todos os instrumentos, enquanto “Left Handed” é outro grande destaque. A guitarra mais uma vez presente, permanece firmemente ancorada na alta frequência da faixa, enquanto que o líquido mantém seu sabor bastante agradável, principalmente a temperaturas levemente mais altas.

A faixa “Crawling By Numbers” encerra o disco de forma bela e suave, deixando junto a cerveja Schöfferhofer Dunkles, uma vontade de “quero mais”. Ótimo feriado a todos e "Ein Prosit"!!!

Dicas e curiosidades:

* “Ritual para as cervejas de trigo não-filtradas”: O ideal é ter um copo que receba todo líquido, devido presença do fermento que fica depositado no fundo da garrafa. Para aproveitar esta levedura, basta ao término da garrafa deixar um pouco no líquido na mesma, agitá-la e servir;

* Contando todos os tipos de bebidas (alcoólicas e não alcoólicas), a cerveja é a terceira mais consumida na Alemanha (as primeiras são água e café);

* O duque "Guilherme IV da Baviera", decretou em 1516 a "Lei de Pureza da Cerveja", conhecida oficialmente por "Reinheitsgebot". Ela só permite o uso de quatro elementos para a fabricação da cerveja: água pura, malte, lúpulo e fermento (incluído nesta lei algum tempo mais tarde);

* Reza a lenda, que o duque tomou esta decisão por causa de uma bela ressaca. Na tentativa de “inovar” suas receitas, os cervejeiros da época incluíam ingredientes bizarros na cerveja, como fuligem e cal, o que provavelmente teria causado a ressaca de "Guilherme IV";

* Além das 1.200 cervejarias particulares, na Alemanha existem 5.000 hectares de Lúpulo (matéria prima da cerveja) e 150 monastérios que ainda produzem a bebida;

* A cerveja foi comprada por R$ 20 no “Mr.Beer – Cervejas Especiais”, quiosque do Shopping Ibirapuera (Piso Moema) em SP, especializado em Cervejas Especiais (http://www.mrbeercervejas.com.br/);

* A versão importada do CD custa aproximadamente R$ 40;

* "Lali Puna" é a banda favorita de "Johnny Greenwood", guitarrista e tecladista do "Radiohead";

* A banda quase esteve no Brasil para divulgar o disco “Faking The Books” em 2004, mais desmarcou sua presença no "Festival Resfest" em cima da hora;

domingo, 30 de agosto de 2009

Harmonização #14 - Schloss Eggenberg Urbock 23° (Brauerei Schloss Eggenberg) com "Eela Craig" (Eela Craig)

Amigos, nesta semana irei falar sobre a "Áustria", terra de "Wolfgang Amadeus Mozart", da família "Strauss" e da famosa "valsa".

A banda escolhida é a "Eela Craig", que desde 1970 combinou de uma forma bem original Rock Progressivo, Música Clássica e Jazz. O álbum sugerido é o primeiro, também intitulado "Eela Craig" e lançado em 1971 com uma tiragem de apenas 1500 cópias.

Já a cerveja a ser degustada é a "Schloss Eggenberg Urbock 23°", uma "doppelbock (double bock)" que amadurece em cavernas durante nove meses, até que complete sua fermentação. Encorpada, possui sabor presente, bem equilibrado, com interessante amargor do lúpulo.

Na primeira música “New Born Child”, o vocalista "Will Orthofer" nos assusta com seus gritos, anunciando o início da música. Ótimo momento para buscar a cerveja na geladeira. Quando a colocamos na taça, podemos ver sua bela cor dourada, levemente escura, com leve formação de espuma. Aos poucos a música também ganha em ânimo e sua melodia e balanço a tornam mais agradável.

A música “Selfmade Trip” começa lenta e tranqüila com belo instrumental. Aproveite um pouco do intenso aroma de malte, devido boa presença de lúpulo. Quando menos esperamos, surge a guitarra e comanda a festa. Boa hora para o “primeiro trago”, onde notamos seu paladar encorpado, com grande sabor de malte. Traz também notas de mel, com presença marcante de lúpulo no aftertaste. Entre flautas, teclados, pratos e guitarras, o líquido caminha pela boca, reforçando seu sabor acentuado e sua alta presença de álcool.



“A New Way” parece uma continuação da música anterior, mas depois se diferencia pela continuidade dos vocais no início da música. A veia Jazzística aparece fortemente nesta canção, presenteando nossos ouvidos, assim como a "Urbock 23°" presenteia nossas papilas gustativas. Ela possui um aroma doce, sabor picante, com residual doce perceptível, mas não desequilibrado. A sensação na boca é de álcool superior e residual doce, bastante licoroso.

A música “Indra Elegy” nos leva para uma viagem psicodélica, onde a flauta, a bateria e a guitarra fazem nosso corpo levitar. Também, depois de ter tomado quase 300 ml de uma cerveja de altíssimo teor alcoólico, isso não é tarefa difícil. Aos poucos a cerveja nos faz lembrar o estilo “Malt Liquor”, colocando-se entre os dois eixos. Enquanto isso a melodia se torna ainda mais bela e nos direciona ao término do espetáculo.

“Irminsul”, “Yggdrasil”, “Stories” e Cheese” são faixas bônus que foram adicionadas ao disco nos anos seguintes ao lançamento original. Vale mais a pena se concentrar apenas nas quatro faixas iniciais do álbum.

Dicas e curiosidades:

* A "Schloss Eggenberg Urbock 23°" é conhecida como o “Conhaque das Cervejas”;

* Os 23° se referem aos graus Plato (gramas de extrato equivalentes ao peso da sacarose) do extrato primitivo (também conhecido como extrato original, densidade primitiva ou mosto original), que é a soma de todas as substâncias dissolvidas no mosto antes da fermentação;

* Pela legislação brasileira, uma cerveja é considerada forte se apresentar extrato primitivo igual ou superior a 14°;

* Apesar dos graus plato, seu teor alcoólico é de 9,6% alc./vol, valor enorme quando comparado às cervejas pilsen (aproximadamente 4,5% alc./vol);

* A cerveja pode ser encontrada por aproximadamente R$ 20;

* A versão importada e usada do CD custa aproximadamente R$ 40;

* A banda tinha três tecladistas que tocavam “hammond organ c3”, “mellotron” e piano. Além disso, também fazia parte da banda um pianista que tocava flauta e saxofone;

* Os críticos compararam este álbum com os de famosas bandas da época, como "Emerson, Lake & Palmer, King Crimson, Gentle Giant e Coliseu".

domingo, 23 de agosto de 2009

Harmonização #13 - Vedett Extra White (Brouwerij Moortgat) com "Satélites" (Hollywood Porn Stars)

Pessoal, nos últimos finais de semana fiquei muito feliz com a repercussão do blog. Agradeço todo apoio e espero continuar atendendo a expectativa de vocês, tanto nas dicas musicais quanto cervejeiras.

Nesta semana falarei sobre a Bélgica, onde excelentes cervejas são fabricadas. Aproveito para adiantar que agradeço a dica/sugestão dos amigos Camilinho e Clarissa sobre a "Trapista Chimay", sendo que ela estará com certeza em um futuro post. No entanto, hoje indicarei uma que tem nome de estrela e realizou uma iniciativa de marketing bastante criativa (veja nas “Dicas e curiosidades” ao final do blog): a belga de trigo “Vedett Extra White”, da “Brouwerij Moortgat”, cervejaria que também produz as cervejas "Duvel, Bel Pils e Maredsous".

Formada em 2002, a banda da semana é a “Hollywood Porn Stars”. Composta por "Anthony Sinatra" (voz e guitarra), "Michael Larivière" (guitarra e vocais), "Eric Swennen" (baixo) e "Benoit Damoiseau" (bateria), lançou seu segundo álbum "Satélites” em 2007, tema deste blog.

“Andy” começa com a guitarra despejando distorção, sendo uma ótima música para iniciar a degustação. Não perca tempo, pegue sua cerveja e uma taça própria para cervejas de trigo. O aroma da “Vedett” não chega a ser dos mais agradáveis, mas acho interessante a cor turva das cervejas de trigo. Desde o meu primeiro contato com cervejas deste tipo, esta característica remete a algo mais natural.



“Islands” segue no mesmo pique da música anterior, sendo mais simples, mas bastante eficaz e direta. A cerveja possui um gosto pronunciado de uma cerveja de trigo. Para aqueles que nunca experimentaram uma cerveja assim, o primeiro contato causa estranheza.

A primeira música lenta se chama “Crimes”. Nela o “Hollywood Porn Stars” aparece uma ligeira influência do "Coldplay", fazendo com que haja espaço para uma melhor percepção da cerveja. Apesar de a espuma destoar do todo (aparentemente separada do líquido), o sabor é bastante agradável, reforçando a lembrança da presença do trigo.

Em “Young Girls” a guitarra chamou minha atenção. Não por ser exemplo de virtuose, de força ou de energia. O que me impressionou é que de forma simples, sem fazer alarde, ela comandou a harmonia da música. Apesar do sabor pronunciado, o teor alcoólico da cerveja é baixo (4,7% alc./vol), o que possibilita maior drinkabillity.

“Diamond” é literalmente brilhante. Os riffs da guitarra dão o direcionamento correto à voz, que rege a melodia como um maestro. Aos poucos a cerveja fica um pouco mais amarga, com aftertaste mais presente.

Outra bela música é “Perfect Storm”, que possui um refrão crescente que cola no ouvido acompanhado pelo “órgão de igreja”, após ótima chamada da bateria. Voz e guitarra finalizam a música de forma encantadora.



“Calling the Ghosts” não fica atrás e agrada pela interessante harmonia e combinação entre o instrumental e os vocais. Ótima também é a combinação dos ingredientes naturais da cerveja.

“There´s a God” encerra o disco com energia, pontuada pela ótima presença do piano, enquanto a cerveja “Vedett” insinua a grande oportunidade que temos em conhecer as demais marcas comercializadas pela belga “Brouwerij Moortgat”.

Dicas e curiosidades:

* Para as cervejas de trigo não-filtradas como é o caso da "Vedett", o ideal é ter um copo que receba todo líquido, o fermento que fica depositado no fundo e a espuma. Para aproveitar a levedura do fundo ao copo, basta ao término da garrafa deixar um pouco no líquido na mesma, agitá-la e servir;

* A Cerveja de Trigo geralmente é feita com malte de trigo, malte de cevada, lúpulo e levedura;

* Acesse o site da marca (http://www.vedett.com) e envie uma foto para aparecer no rótulo da cerveja. A "Vedett" que comprei nesta semana, veio com o rótulo normal na frente e uma fotografia preta e branca no verso. Basta enviar a foto e aparecer estampado na garrafa;

* A cerveja “Vedett Extra White” em sua versão 330 ml custa aproximadamente R$ 30;

* A versão importada do CD custa aproximadamente R$ 70;

* O disco “Satélites”, foi gravado em apenas doze dias;

* A banda gravou trinta músicas, mas apenas doze fizeram parte deste álbum. No ano seguinte foi lançado o disco “Beside The Satellites”, contendo algumas das músicas gravadas no ano anterior;

* Neste sábado (29/08), tocarei com a minha banda em Itu (interior de SP), no StudioCar. Não perca!!! Maiores informações acesse http://www.studiocar.com.br/

domingo, 16 de agosto de 2009

Harmonização #12 - Baden Baden 1999 (Cervejaria Baden Baden) com "Krig-Ha, Bandolo" (Raul Seixas)

Amigos, todos nós já tivemos nosso momento musical “Raulzito” ou ouvimos inúmeras vezes “Toca Raul” em alguma festa, show ou esquenta na casa de amigos. Mesmo muitas vezes gritado de forma irônica, é uma homenagem a um dos maiores roqueiro que o Brasil já teve. Como na próxima sexta-feira (21 de agosto) serão completados 20 anos sem Raul Seixas, o blog aproveita a data para dedicar a ele esta dica de harmonização da semana.

Raul Santos Seixas faleceu aos 44 anos, vítima de parada cardíaca. Seu alcoolismo, agravado pelo fato de ser diabético e por não ter tomado insulina na noite anterior, causaram-lhe uma pancreatite aguda fulminante. O disco escolhido é o “Krig-Ha, Bandolo”, primeiro álbum solo do músico brasileiro.

A cerveja escolhida é a Baden Baden 1999, lançada em 2004/2005 para celebrar os 5 anos da própria cervejaria. Ela tem o estilo “Bitter Ale” com sabor pouco amargo e aroma frutado marcantes. Produzida a partir de maltes e lúpulos selecionados, esta cerveja utiliza um processo lento e cuidadoso de maturação que garante todo o seu sabor.

O disco começa com uma interpretação de Raul Seixas aos 9 anos de idade, cantando "Good Rockin' Tonight". A primeira música do disco é o sucesso “Mosca Na Sopa”. Musicalmente ele perturba nosso sono, com o som de batucadas, berimbau e palmas, indo destes até o mais puro Rock ‘n Roll. A cerveja possui bela coloração âmbar e espuma bege de boa formação, cremosidade e duração. O aroma é satisfatório e evidencia a presença do lúpulo.

Outro grande sucesso é “Metamorfose Ambulante”, onde Raul mostra diferentes faces e define a consciência humana. O paladar da “1999” é ótimo, com amargor agradável e leve carbonatação, percebendo-se algumas notas marcantes de cevada.



“Dentadura Postiça” fala sobre o nosso livre arbítrio com belas vozes numa espécie de coral, enquanto “As Minas do Rei Salomão”, com seu tom folk rock, pensa a relatividade da importância dos fatos e dos objetos. Nosso contato com a cerveja apresenta forte, porém interessante amargor no aftertaste, sensação metálica que perdura por um longo tempo, como todas e quaisquer bitter ales de respeito.

Violão e clima espacial abrem e percorrem “A Hora Do Trem Passar”, música lírica, mais acústica, com uma letra romântica. Porque não esperarmos e admirarmos a solidão do amanhecer, junto à ruiva companheira que possui ótimo equilíbrio entre o lúpulo, malte tostado e caramelo?

“Al Capone” traz o mais puro “rock and roll”. Nele encontramos Jimi Hendrix, Frank Sinatra, Júlio César, Al Capone, Lampião e até Jesus Cristo e a intrigante frase de Bob Dylan: “Não existe sucesso como o fracasso e o fracasso não é sucesso algum”.

“How Could I Know”, uma das mais belas músicas de Raul em minha opinião (apesar de meio piegas), seria uma canção para Elvis Presley. Momento perfeito para mais uma taça, onde podemos observar novamente as características visuais e olfativas da cerveja. Belíssima cor com aroma frutado ao fundo.

“Rockixe” apresenta a mediocridade e o ridículo do “way of life” comandado pela indústria capitalista. Mais uma vez a mistura de ritmos, o baixo, a bateria e os metais aparecem com grande força, dando à música um toque especial. O amargor se mostra bem definido, além da presença do álcool, que proporciona um adocicado que fez bem no conjunto.

“Ouro de Tolo” encerra de forma sensacional este histórico disco. A música é um tapa na cara dos valores do ser mediano, mostrando toda a mediocridade do ser humano. Uma grande e sincera conversa ao pé de ouvido, com final tão interessante e marcante quanto a Baden Baden 1999.



Aproveite esta dica, valorize a música nacional e boa diversão!!!

Dicas e curiosidades:

* Prefira as taças de boca mais larga a fim de que o aroma se desprenda mais facilmente durante a degustação. Cuide também da temperatura. Deguste esta cerveja com temperatura do líquido entre 5 e 7 °C;

* A cerveja inglesa Spitfire, também uma Bitter ale, foi a inspiração para o desenvolvimento da cerveja brasileira.

* A cerveja Baden Baden 1999 em sua versão garrafa 600 ml custa aproximadamente R$ 10;

* Até o dia 23/08 em SP, na compra de duas BADEN BADEN, o consumidor ganha uma luva gourmet. Outra opção é adquirir três BADEN BADEN para ganhar um balde de gelo customizado. Em 60 estabelecimentos acontece também a degustação com harmonização das cervejas.

* O CD é encontrado na internet por aproximadamente R$ 25;

* Raul foi ao Rio de Janeiro gravar seu primeiro disco ("Raulzito e os Panteras") em 1967, devido convite do amigo Jerry Adriani.

* Krig-Ha, Bandolo se refere a um grito de guerra de Tarzan que significa "Cuidado, aí vem o inimigo".

* Seu último disco, feito em parceria com Marcelo Nova (intitulado A Panela do Diabo) foi lançado um dia após sua morte.

domingo, 9 de agosto de 2009

Harmonização #11 - 1795 (Budejovicky Mestansky Pivova) com "Meditace / Kingdom Of Life" (The Blue Effect)

Esta semana farei uma homenagem ao país onde se originou a cerveja Pilsen. A escolhida da semana é a “1795", da cervejaria “Budejovicky Mestansky Pivova”, a mais antiga cervejaria da região da Boemia, República Checa, fundada em 1795.

A cerveja pilsen é conhecida por ser leve e descer fácil. O difícil foi encontrar uma banda checa que chamasse minha atenção. Neste momento deixo clara a influência do meu gosto pessoal, pois até tive contato com algumas bandas interessantes ("Fast Food Orchestra", "Lucie", "Pilsner Oiquell") que não acrescentaram muito a minha paixão musical. Estava quase desistindo quando encontrei a banda “The Blue Effect”.

Fundada no final de 1968 pelo baixista "Jiří Kozel", pelo guitarrista, flautista e cantor "Vladimir Mišík" e pelo baterista "Vlado Čech", o grupo ainda contou com a presença do guitarrista "Radim Hladík" no lançamento do primeiro álbum, “Meditace”. O disco é bastante interessante, pois além de ser o trabalho inicial da banda, teve uma versão com suas as mesmas músicas em inglês sob o nome de “Kingdom Of Life”.

A primeira música “Paměť Lásky / Kingdom Of Life” é quase toda recitada com diversas vozes ao longo da faixa. Ótimo momento para buscar a cerveja gelada.

“Blue Efect Street/ White Hair” diz no ato a o que veio. A guitarra já se mostra presente nos primeiros acordes e não sai mais da cabeça. Música muito boa, com ótima parceria entre voz e instrumental. Sensacional. A cerveja é dourada e possui agradável aroma de lúpulo e maltes, próximo ao das cervejas Lagers Premium. Espuma branca é bela e consistente, mas diminui rapidamente.



A agitação diminui inicialmente em “Fénix / You'll Stay With Me”. Leve dedilhado e lenta melodia. Ótimo momento para o primeiro gole. Sinta a refrescância e a leveza desta autêntica cerveja Pilsen, que combina muito bem com o início da música. O forte e interessante amargor se mostra presente enquanto a energia da canção renova a vontade de mais um “trago”.

“Stroj na nic / Brother's Song” já começa nervosa. Mais uma vez a guitarra mantém a animação no ápice. Algumas pitadas de “Blues” tomam corpo, enquanto “Eric Clapton” e o “Power Trio” do “Cream” surgem na mente. Aparece também o corpo macio, a textura leve e a média carbonatação da cerveja.

“Sluneční hrob / Sunny Grave” é linda e breve, assim como a cor e o copo da “1795”. Ótimo “drinkabillity”.

O blues “Little Girl” mostra que a flauta pode substituir a gaita. Não formalmente com a mesma característica, mas de um jeito anos 70, mais relax. A cozinha mantém o ritmo das coisas no lugar certo, enquanto a garrafa inconscientemente perde líquido para a taça.

Outra música muito boa é a “Deserted Alley”. A voz e o jeito de "Mišík" remetem aos versos de "Mick Jagger" e dos "Rolling Stones". Muito legal, belo balanço, boa diversão...



“Blues About Stone” é um clássico blues (até em sua longa duração) com uma pitada de rock progressivo (semente plantada que renderia frutos para a banda no futuro). Ótimo momento para reflexão. Vale a pena ressaltar a forte presença da voz de "Vladimir Mišík", numa bela parceria com os demais instrumentos. Boa hora também para aproveitar e ir ao banheiro.

A música “Rainy Day” retorna a um ambiente mais rock & roll. Ótima combinação entre a linha do baixo e bateria, assim como entre o lúpulo e o malte de cevada. Presença da guitarra no refrão e no encerramento é perfeita.

“Where Is My Star” finaliza o disco com um ar bastante setentista.

Depois do meu segundo post (França, semana de 07 a 13 de junho), esta foi minha maior descoberta musical neste blog.

Chame seu pai para esta degustação, feliz dia para os atuais e futuros pais e ótima diversão!!!

Dicas e curiosidades:

* Esta é uma tradicional cerveja Pilsen. Pegue seu copo preferido e se divirta. Deguste esta cerveja com temperatura do líquido entre 0 e 4 °C;

* O nome pilsen é derivado de Pilsen, nome alemão da atual cidade de "Plzeň", localizada na República Checa, onde este estilo de cerveja foi originalmente produzido;

* A cervejaria “Budejovicky Mestansky Pivova” produz e prepara seu próprio malte, utiliza o famoso "lúpulo de Saaz" e água de fonte própria retirada de mais de 270 metros abaixo da terra;

* Desde 2004 a União Européia decretou o uso do termo "Budejovické Pivo" (Budweiser Bier) como D.O.C, afirmando que a qualidade superior da cerveja está intimamente ligada à região onde é produzida;

* A cerveja “1795” em sua versão 500 ml custa aproximadamente R$ 10;

* A versão importada do CD custa aproximadamente R$ 60;

* O disco “Meditace/Kingdom Of Life” foi relançado 2 vezes nos anos 90 com várias faixas bônus;

* O segundo álbum da banda é uma fusão de rock e jazz com o grupo Jazz Q Praha. Ele se chama Coniunctio;

* A banda teve que mudar o nome nos anos 70 para "Modrý Efekt", devido ordem do governo comunista.

domingo, 2 de agosto de 2009

Harmonização #10 - Traquair House Ale (Traquair House Brewery) com "If You're Feeling Sinister" (Belle & Sebastian)

Amigos, nesta semana farei uma homenagem à minha esposa que fez aniversário ontem (01/08). A minha dica de harmonização retornará ao dia 26 de Outubro de 2001, data do primeiro grande show que vimos juntos (abraço ao amigo Fabião que também esteve presente naquela data). O ambiente não poderia ser melhor para o início do namoro, pois estávamos no “saudoso” Free Jazz Festival em São Paulo.

A banda que nos paralisou (e ao mesmo tempo nos chacoalhou) naquele dia foi o "Belle & Sebastian", banda indie pop escocesa formada em Janeiro de 1996 na cidade de Glasgow. São integrantes atuais da banda, o fundador "Stuart Murdoch" (vocais, guitarra e teclados), "Stevie Jackson" (vocais e guitarra), "Chris Geddes" (teclados), "Richard Colburn" (bateria), "Sarah Martin" (violino e vocais), "Mick Cooke" (trompete e baixo) e "Bobby Kildea" (guitarra e baixo). O disco escolhido é o segundo álbum da banda, “If You're Feeling Sinister” de 1996.

Da Escócia, terra do Whisky ou Scotch, também se origina a cerveja da semana. É a "Traquair House Ale", uma cerveja no estilo "Barley Wine", que pode acompanhar ou até substituir um Whisky Escocês. Ela tem como peculiaridade, ser fermentada durante um período de sete dias em barris de carvalho do século XVIII.

O disco começa com “The Stars of Track and Field”, música que é um bom exemplo do que virá por aí: uma levada semi-acústica sem distorção, piano e teclado das antigas, arranjos de cordas e metais e a bateria marcando o tempo de uma forma simples e agradável. Bom momento para uma análise visual da cerveja. Bela cor marrom escuro, com espuma de boa formação e curta duração. O som começa leve com um violão que gruda no ouvido e cresce com uma bateria incisiva no refrão. Ao sentir o aroma do líquido, crescem também as notas frutadas. Surge uma percepção de malte, ameixa, baunilha... Brilhante.

"Seeing Other People" é uma música doce com uma bela levada de piano. Aproveite o primeiro contato com a cerveja, descobrindo seu interessante paladar. Bom corpo, sensação suave de caramelo, levemente doce, notas de carvalho, aftertaste deliciosamente amargo com final robusto (teor alcoólico de 7,2% alc./vol) e perfeitamente constante.

Em “Me and the Major” a gaita (não é uma gaita-de-fole ) rouba a cena desde o início com muita energia, deixando um pouco de lado a linha depressiva e melancólica dos EPs iniciais. Ela embala o desejo de maiores e mais frequentes encontros com a cerveja. Ótima combinação entre a voz incansável de Murdoch, o complexo e adequado aroma da Traquair, a presença inquestionável das gaitas e o sabor equilibrado desta “Strong Scotch Ale”.

Na música "Like Dylan In The Movies", a banda brinca com letras que falam do simples cotidiano, com historinhas e referências musicais e literárias. O baixo acústico e o violoncelo fazem uma parceria sensacional do início ao fim. Hora de preencher a taça e sentir novamente o aroma deste ótimo líquido.

"The Fox In The Snow" é uma balada linda e ao mesmo tempo triste do disco. Chamam atenção os backing vocais da música. Um brinde à integração entre as vozes nesta faixa.

“Get Me Away From Here I'm Dying" é muito boa. Mais uma vez o violão segue em uma levada super interessante. O sabor tem ainda um gosto tostado no final, é intenso e complexo. Ótima combinação entre doce e amargo, uma cerveja equilibrada e muito saborosa com teor alcoólico interessante.

A faixa-título é ótima, para mim uma das melhores do disco. No início e ao longo desta canção, surgem sons de crianças brincando e se divertindo. “If You're Feeling Sinister” conta a história de dois jovens, Anthony e Hilary, que decidem morrer devido a problemas existenciais. A letra da música questiona a fé, a falta dela, enfim traz alguns minutos essenciais para um pouco de meditação.



Enquanto "Mayfly" segue como um belo exemplar do rock alternativo, com guitarra dedilhada e voz doce, "The Boy Done Wrong Again" com um arranjo comovente, é linda. O violão carrega a tristeza carregada da música e nos prepara para o final do álbum. A cerveja vai chegando próxima a temperatura ambiente, ficando ainda mais saborosa.

"Judy And The Dream Of Horses" é sensacional. Ela conta a história de Judy, uma adolescente rebelde que escreve uma triste canção. A história se projeta na mente enquanto o último gole se aproxima. Os trompetes fecham o disco com “chave de ouro”, num ambiente introspectivo e ao mesmo tempo alegre.



Ouça este disco muito bem acompanhado e boa diversão!!! Se há quase 8 anos atrás deu certo, pode acontecer novamente!!!

Dicas e curiosidades:

* Prefira as taças de boca mais larga a fim de que o aroma se desprenda mais facilmente durante a degustação. Cuide também da temperatura. Deguste esta cerveja com temperatura do líquido entre 8 e 12 °C;

* A cervejaria fica localizada ao lado de um prédio histórico, o "Traquair House", construído em 1107 que já chegou a ser casa “de caça” dos Reis e Rainhas da Escócia além de também ser local de refúgio dos padres católicos na época da dinastia Stuart;

* A Escócia protegeu o termo "Scotch" internacionalmente. Para que um whisky seja classificado como Scotch, deve ser fabricado exclusivamente na Escócia;

* A cerveja “Traquair House Ale” em sua versão 330 ml custa aproximadamente R$ 25;

* A versão nacional do CD custa aproximadamente R$ 25;
* O nome da banda é uma homenagem a "Belle et Sébastien", um livro infantil do escritor francês "Cécile Aubry" que narra a história do menino "Sébastien" e seu cachorro "Belle".

* Os shows de 2001 no Brasil foram a primeira vez que os integrantes do "Belle & Sebastian" saíram do circuito Estados Unidos/Europa para fazer uma apresentação. Naquela ocasião a vocalista e ex-integrante "Isobel Campbell" ficou com medo de subir no avião e não veio ao país;

* O "Belle & Sebastian" procura sempre se aproximar da platéia, cantando uma música regional ou característica do país. No Brasil escolheu “A Minha Menina", gravada pelos Mutantes em 1968;

domingo, 26 de julho de 2009

Harmonização #9 - Coopers Vintage Ale (Coopers Brewery) com "Let There Be Rock" (AC/DC)

Esta semana a harmonização é uma espécie de volta ao passado. Puxando pela memória, dia 12 de outubro de 1996 era um sábado. No retorno do show, o pneu do ônibus furou, o estepe estava murcho, passamos a madrugada em um posto da Rodovia dos Bandeirantes e chegamos em casa por volta das 16 horas do dia seguinte. Apesar de tudo, não desanimamos...O AC/DC foi demais!!!

A dica traz o álbum “Let There Be Rock” de 1977. Para mim, o melhor com o vocalista "Bon Scott", falecido em 1980. É um disco rápido, pesado, direto ao ponto, que sintetiza muito bem a energia da banda e a bela combinação do blues com o rock and roll.

A cerveja escolhida é a também australiana "Coopers Vintage Ale", do tipo "English Strong Ale". Ela é produzida com malte especial e passa por um longo tempo de fermentação, sendo em seguida armazenada em barris de carvalho.

A primeira música é "Go Down", que possui um belo riff de guitarra, um toque especial do bom e velho ”blues” e a inconfundível voz de "Scott". Um “duelo” entre voz e guitarra ocorre no final da mesma, prenunciando belas passagens melódicas. Na “tulipa”, a cerveja tem bela cor âmbar e uma espuma de média duração. O aroma amadeirado e frutado remete ao armazenamento descrito anteriormente.

“Dog Eat Dog” é outra canção bem enérgica. Mais uma vez a poderosa voz se sobressai, nos convidando à degustação musical. O início da cerveja é seco e direto como o som. Um sabor metálico, que aos poucos deixa sensações de ervas e malte na boca.

Aqui vai uma provocação. Tente ficar parado em "Let There Be Rock". Impossível... Esta música exprime a essência da banda, em um rock direto e firme, misturado a uma melodia com ótima levada do “blues”. O rock começou assim...Chama atenção o “aftertaste” deixado pela cerveja. Aparece com força o malte e o sólido amargor do lúpulo.



A música “Problem Child”, também presente no disco anterior da banda (“Dirty Deeds Done Dirt Cheap”), é outro petardo que enfureceu os pais da época. “I'm a problem child And I'm wild” traz à tona o eterno espírito jovem do rock. Alheia à discussão, a "Coopers Vintage Ale" segue presente e saborosa, denotando a generosa presença de lúpulo “Saaz“ utilizado em sua fabricação.



“Overdose” também possui ótima batida, riffs memoráveis e a presença marcante da voz de "Bon Scott". Coloque mais uma “dose” de cerveja na “tulipa” e sinta mais uma vez as notas frutadas do aroma.

A penúltima música do álbum é “Hell Ain't A Bad Place To Be“. Nesta, mais uma vez o "AC/DC" se mostra cheio de atitude na melodia e nas letras. O novo gole traz á mente uma percepção mais positiva do líquido. Seu teor alcoólico de 7,5% alc./vol. não é exagerado e combina perfeitamente com o aroma frutado e com o sabor que fica na boca.

Encerrando com “chave de ouro”, surge “Whole Lotta Rosie”. Riff sensacional, vocal impressionante e uma incansável levada rock and roll. Sem frescuras, nem exageros e com um dos melhores duelos de guitarra já gravados em estúdio. Os irmãos Malcom e Angus Young se superaram nesta.



Aumente os decibéis e boa diversão!!!

Dicas e curiosidades:

* Deguste esta cerveja com temperatura do líquido entre 8 e 12 °C;

* As cervejas "Vintage" apresentam grande capacidade de envelhecimento. O rótulo da "Coopers Vintage Ale" traz um campo com a descrição "best after [data impressa]", indicando que ela deve evoluir conforme o tempo de “descanso” da garrafa (sugeridos 18 meses de espera após a fabricação);

* O lúpulo "Saaz" é um tipo tradicional de aroma fino, que assegura o sabor e o aroma excelentes da cerveja. Representa o padrăo mundial de qualidade de lúpulo;

* A cerveja "Coopers Vintage Ale" em sua versão 375 ml custa aproximadamente R$ 15;

* A versão nacional do CD custa aproximadamente R$ 18;

* Na versão australiana do disco, a música “Problem Child” foi trocada pela canção “Crabsody In Blue”.

* No dia 19 de fevereiro de 1980, o vocalista "Bon Scott" passou a noite inteira bebendo em Londres. Ele foi declarado morto na manhã seguinte devido aspiração pulmonar de vômito.

domingo, 19 de julho de 2009

Harmonização #8 - 8.6 Special Red Beer (Bavaria) com "Palomine" (Bettie Serveert)

Novamente me rendi ao poder das vozes femininas. A dica de harmonização desta semana traz um agradável encontro entre duas ruivas holandesas.

A cerveja é a Bavaria 8.6 Special Red Beer, do tipo Barley Wine (também conhecido por Malt Liquor). Ela possui uma bonita cor avermelhada como as bocks e um teor alcoólico de 7,9% vol. alc.

Já a indicação musical é “Palomine”, o álbum de estréia da banda “Bettie Serveert”. Formada em 1990, na cidade de Amsterdã, a banda tem como integrantes Carol Van Dijk (uma das ruivas holandesas citadas no primeiro parágrafo), Peter Visser , Herman Bunskoeke e Berend Dubbe. Seu pop/rock de canções simples e melódicas, foi bem recebido no circuito alternativo americano, o que estimulou o lançamento de outros sete discos ao longo dos últimos catorze anos.

A primeira música é "Leg". A voz de Van Dijk e a deliciosa combinação com a guitarra, baixo e bateria, anunciam uma interessante degustação. Busque a cerveja na geladeira, coloque a mesma na taça, aprecie a coloração âmbar e a formação da consistente espuma bege.

“Palomine” começa lenta, suave e doce. Mais uma vez a vocalista rouba a cena com o enérgico refrão, fazendo com que toda a música ganhe força na segunda parte. A 8.6 também possui um início doce e suave. Seu amargor aos poucos toma conta da boca, deixando um “aftertaste” doce e ao mesmo tempo ligeiramente amargo.



Em "Kid's Allright", a voz é firme e direta, é Rock and Roll...A melhor música em minha opinião, com uma ótima levada da bateria. Lembrei-me do grande amigo de pinga e de banda Gabriel, baterista, cachaceiro e aniversariante da semana. Parabéns amigo!!! Um brinde, com esta mistura exótica de notas de malte e caramelo.



“Tom Boy” também é muito boa. Nesta música, a guitarra nos presenteia com uma melodia leve e ao mesmo tempo divertida. Mais uma vez a voz e os instrumentos formam um casamento perfeito. Mais uma taça e o aroma percebido é bem frutado e tostado. Também uma ótima relação entre ambos.



A música “Balantine” remete a um som de garagem, bem cru, que se mantém melódico e muito bem feito. Da mesma forma que a música, o teor alcoólico é alto, forte, mas aceitável e muito bem entrosado com o sabor adocicado do malte.

“This Thing Nowhere” e “Healthy Sick” mantêm a característica rústica deste pop/rock agradável. A cerveja acaba tendo o drinkability um pouco prejudicado pelo adocicado, no entanto, encanta pela sensação alcoólica sem ser excessivamente carregada.

Por fim, em “Sundazed To The Core” a incansável voz de Carol Van Dijk nos chama para a parte final da festa. O encerramento da música é um belo “grand finale”.

Aproveite esta dica, conheça os demais discos da banda e boa diversão!!!

Dicas e curiosidades:

* Prefira as taças de boca mais larga a fim de que o aroma se desprenda mais facilmente durante a degustação. Cuide também da temperatura. Deguste esta cerveja com temperatura do líquido entre 4 e 7 °C;

* A cerveja Bavaria 8.6 Special Red Beer em sua versão Lata 500 ml custa aproximadamente R$ 8;

* No site da cervejaria holandesa existe uma ótima rádio online (http://www.bavaria86.com/). No momento que realizei o acesso estavam disponíveis músicas do Muse, Prince, Smashing Pumpkins e King Khan & The Shrine (provavelmente estarão em futuros posts).

* Disponível pela internet apenas a versão importada do disco, por aproximadamente R$ 50;

* “Bettie Serveert” significa em português "Bettie serve", nome de um programa de televisão, apresentado por Bettie Stöve, tenista holandesa que perdeu em Wimbledon, na final de 1977.