domingo, 9 de agosto de 2009

Harmonização #11 - 1795 (Budejovicky Mestansky Pivova) com "Meditace / Kingdom Of Life" (The Blue Effect)

Esta semana farei uma homenagem ao país onde se originou a cerveja Pilsen. A escolhida da semana é a “1795", da cervejaria “Budejovicky Mestansky Pivova”, a mais antiga cervejaria da região da Boemia, República Checa, fundada em 1795.

A cerveja pilsen é conhecida por ser leve e descer fácil. O difícil foi encontrar uma banda checa que chamasse minha atenção. Neste momento deixo clara a influência do meu gosto pessoal, pois até tive contato com algumas bandas interessantes ("Fast Food Orchestra", "Lucie", "Pilsner Oiquell") que não acrescentaram muito a minha paixão musical. Estava quase desistindo quando encontrei a banda “The Blue Effect”.

Fundada no final de 1968 pelo baixista "Jiří Kozel", pelo guitarrista, flautista e cantor "Vladimir Mišík" e pelo baterista "Vlado Čech", o grupo ainda contou com a presença do guitarrista "Radim Hladík" no lançamento do primeiro álbum, “Meditace”. O disco é bastante interessante, pois além de ser o trabalho inicial da banda, teve uma versão com suas as mesmas músicas em inglês sob o nome de “Kingdom Of Life”.

A primeira música “Paměť Lásky / Kingdom Of Life” é quase toda recitada com diversas vozes ao longo da faixa. Ótimo momento para buscar a cerveja gelada.

“Blue Efect Street/ White Hair” diz no ato a o que veio. A guitarra já se mostra presente nos primeiros acordes e não sai mais da cabeça. Música muito boa, com ótima parceria entre voz e instrumental. Sensacional. A cerveja é dourada e possui agradável aroma de lúpulo e maltes, próximo ao das cervejas Lagers Premium. Espuma branca é bela e consistente, mas diminui rapidamente.



A agitação diminui inicialmente em “Fénix / You'll Stay With Me”. Leve dedilhado e lenta melodia. Ótimo momento para o primeiro gole. Sinta a refrescância e a leveza desta autêntica cerveja Pilsen, que combina muito bem com o início da música. O forte e interessante amargor se mostra presente enquanto a energia da canção renova a vontade de mais um “trago”.

“Stroj na nic / Brother's Song” já começa nervosa. Mais uma vez a guitarra mantém a animação no ápice. Algumas pitadas de “Blues” tomam corpo, enquanto “Eric Clapton” e o “Power Trio” do “Cream” surgem na mente. Aparece também o corpo macio, a textura leve e a média carbonatação da cerveja.

“Sluneční hrob / Sunny Grave” é linda e breve, assim como a cor e o copo da “1795”. Ótimo “drinkabillity”.

O blues “Little Girl” mostra que a flauta pode substituir a gaita. Não formalmente com a mesma característica, mas de um jeito anos 70, mais relax. A cozinha mantém o ritmo das coisas no lugar certo, enquanto a garrafa inconscientemente perde líquido para a taça.

Outra música muito boa é a “Deserted Alley”. A voz e o jeito de "Mišík" remetem aos versos de "Mick Jagger" e dos "Rolling Stones". Muito legal, belo balanço, boa diversão...



“Blues About Stone” é um clássico blues (até em sua longa duração) com uma pitada de rock progressivo (semente plantada que renderia frutos para a banda no futuro). Ótimo momento para reflexão. Vale a pena ressaltar a forte presença da voz de "Vladimir Mišík", numa bela parceria com os demais instrumentos. Boa hora também para aproveitar e ir ao banheiro.

A música “Rainy Day” retorna a um ambiente mais rock & roll. Ótima combinação entre a linha do baixo e bateria, assim como entre o lúpulo e o malte de cevada. Presença da guitarra no refrão e no encerramento é perfeita.

“Where Is My Star” finaliza o disco com um ar bastante setentista.

Depois do meu segundo post (França, semana de 07 a 13 de junho), esta foi minha maior descoberta musical neste blog.

Chame seu pai para esta degustação, feliz dia para os atuais e futuros pais e ótima diversão!!!

Dicas e curiosidades:

* Esta é uma tradicional cerveja Pilsen. Pegue seu copo preferido e se divirta. Deguste esta cerveja com temperatura do líquido entre 0 e 4 °C;

* O nome pilsen é derivado de Pilsen, nome alemão da atual cidade de "Plzeň", localizada na República Checa, onde este estilo de cerveja foi originalmente produzido;

* A cervejaria “Budejovicky Mestansky Pivova” produz e prepara seu próprio malte, utiliza o famoso "lúpulo de Saaz" e água de fonte própria retirada de mais de 270 metros abaixo da terra;

* Desde 2004 a União Européia decretou o uso do termo "Budejovické Pivo" (Budweiser Bier) como D.O.C, afirmando que a qualidade superior da cerveja está intimamente ligada à região onde é produzida;

* A cerveja “1795” em sua versão 500 ml custa aproximadamente R$ 10;

* A versão importada do CD custa aproximadamente R$ 60;

* O disco “Meditace/Kingdom Of Life” foi relançado 2 vezes nos anos 90 com várias faixas bônus;

* O segundo álbum da banda é uma fusão de rock e jazz com o grupo Jazz Q Praha. Ele se chama Coniunctio;

* A banda teve que mudar o nome nos anos 70 para "Modrý Efekt", devido ordem do governo comunista.

domingo, 2 de agosto de 2009

Harmonização #10 - Traquair House Ale (Traquair House Brewery) com "If You're Feeling Sinister" (Belle & Sebastian)

Amigos, nesta semana farei uma homenagem à minha esposa que fez aniversário ontem (01/08). A minha dica de harmonização retornará ao dia 26 de Outubro de 2001, data do primeiro grande show que vimos juntos (abraço ao amigo Fabião que também esteve presente naquela data). O ambiente não poderia ser melhor para o início do namoro, pois estávamos no “saudoso” Free Jazz Festival em São Paulo.

A banda que nos paralisou (e ao mesmo tempo nos chacoalhou) naquele dia foi o "Belle & Sebastian", banda indie pop escocesa formada em Janeiro de 1996 na cidade de Glasgow. São integrantes atuais da banda, o fundador "Stuart Murdoch" (vocais, guitarra e teclados), "Stevie Jackson" (vocais e guitarra), "Chris Geddes" (teclados), "Richard Colburn" (bateria), "Sarah Martin" (violino e vocais), "Mick Cooke" (trompete e baixo) e "Bobby Kildea" (guitarra e baixo). O disco escolhido é o segundo álbum da banda, “If You're Feeling Sinister” de 1996.

Da Escócia, terra do Whisky ou Scotch, também se origina a cerveja da semana. É a "Traquair House Ale", uma cerveja no estilo "Barley Wine", que pode acompanhar ou até substituir um Whisky Escocês. Ela tem como peculiaridade, ser fermentada durante um período de sete dias em barris de carvalho do século XVIII.

O disco começa com “The Stars of Track and Field”, música que é um bom exemplo do que virá por aí: uma levada semi-acústica sem distorção, piano e teclado das antigas, arranjos de cordas e metais e a bateria marcando o tempo de uma forma simples e agradável. Bom momento para uma análise visual da cerveja. Bela cor marrom escuro, com espuma de boa formação e curta duração. O som começa leve com um violão que gruda no ouvido e cresce com uma bateria incisiva no refrão. Ao sentir o aroma do líquido, crescem também as notas frutadas. Surge uma percepção de malte, ameixa, baunilha... Brilhante.

"Seeing Other People" é uma música doce com uma bela levada de piano. Aproveite o primeiro contato com a cerveja, descobrindo seu interessante paladar. Bom corpo, sensação suave de caramelo, levemente doce, notas de carvalho, aftertaste deliciosamente amargo com final robusto (teor alcoólico de 7,2% alc./vol) e perfeitamente constante.

Em “Me and the Major” a gaita (não é uma gaita-de-fole ) rouba a cena desde o início com muita energia, deixando um pouco de lado a linha depressiva e melancólica dos EPs iniciais. Ela embala o desejo de maiores e mais frequentes encontros com a cerveja. Ótima combinação entre a voz incansável de Murdoch, o complexo e adequado aroma da Traquair, a presença inquestionável das gaitas e o sabor equilibrado desta “Strong Scotch Ale”.

Na música "Like Dylan In The Movies", a banda brinca com letras que falam do simples cotidiano, com historinhas e referências musicais e literárias. O baixo acústico e o violoncelo fazem uma parceria sensacional do início ao fim. Hora de preencher a taça e sentir novamente o aroma deste ótimo líquido.

"The Fox In The Snow" é uma balada linda e ao mesmo tempo triste do disco. Chamam atenção os backing vocais da música. Um brinde à integração entre as vozes nesta faixa.

“Get Me Away From Here I'm Dying" é muito boa. Mais uma vez o violão segue em uma levada super interessante. O sabor tem ainda um gosto tostado no final, é intenso e complexo. Ótima combinação entre doce e amargo, uma cerveja equilibrada e muito saborosa com teor alcoólico interessante.

A faixa-título é ótima, para mim uma das melhores do disco. No início e ao longo desta canção, surgem sons de crianças brincando e se divertindo. “If You're Feeling Sinister” conta a história de dois jovens, Anthony e Hilary, que decidem morrer devido a problemas existenciais. A letra da música questiona a fé, a falta dela, enfim traz alguns minutos essenciais para um pouco de meditação.



Enquanto "Mayfly" segue como um belo exemplar do rock alternativo, com guitarra dedilhada e voz doce, "The Boy Done Wrong Again" com um arranjo comovente, é linda. O violão carrega a tristeza carregada da música e nos prepara para o final do álbum. A cerveja vai chegando próxima a temperatura ambiente, ficando ainda mais saborosa.

"Judy And The Dream Of Horses" é sensacional. Ela conta a história de Judy, uma adolescente rebelde que escreve uma triste canção. A história se projeta na mente enquanto o último gole se aproxima. Os trompetes fecham o disco com “chave de ouro”, num ambiente introspectivo e ao mesmo tempo alegre.



Ouça este disco muito bem acompanhado e boa diversão!!! Se há quase 8 anos atrás deu certo, pode acontecer novamente!!!

Dicas e curiosidades:

* Prefira as taças de boca mais larga a fim de que o aroma se desprenda mais facilmente durante a degustação. Cuide também da temperatura. Deguste esta cerveja com temperatura do líquido entre 8 e 12 °C;

* A cervejaria fica localizada ao lado de um prédio histórico, o "Traquair House", construído em 1107 que já chegou a ser casa “de caça” dos Reis e Rainhas da Escócia além de também ser local de refúgio dos padres católicos na época da dinastia Stuart;

* A Escócia protegeu o termo "Scotch" internacionalmente. Para que um whisky seja classificado como Scotch, deve ser fabricado exclusivamente na Escócia;

* A cerveja “Traquair House Ale” em sua versão 330 ml custa aproximadamente R$ 25;

* A versão nacional do CD custa aproximadamente R$ 25;
* O nome da banda é uma homenagem a "Belle et Sébastien", um livro infantil do escritor francês "Cécile Aubry" que narra a história do menino "Sébastien" e seu cachorro "Belle".

* Os shows de 2001 no Brasil foram a primeira vez que os integrantes do "Belle & Sebastian" saíram do circuito Estados Unidos/Europa para fazer uma apresentação. Naquela ocasião a vocalista e ex-integrante "Isobel Campbell" ficou com medo de subir no avião e não veio ao país;

* O "Belle & Sebastian" procura sempre se aproximar da platéia, cantando uma música regional ou característica do país. No Brasil escolheu “A Minha Menina", gravada pelos Mutantes em 1968;

domingo, 26 de julho de 2009

Harmonização #9 - Coopers Vintage Ale (Coopers Brewery) com "Let There Be Rock" (AC/DC)

Esta semana a harmonização é uma espécie de volta ao passado. Puxando pela memória, dia 12 de outubro de 1996 era um sábado. No retorno do show, o pneu do ônibus furou, o estepe estava murcho, passamos a madrugada em um posto da Rodovia dos Bandeirantes e chegamos em casa por volta das 16 horas do dia seguinte. Apesar de tudo, não desanimamos...O AC/DC foi demais!!!

A dica traz o álbum “Let There Be Rock” de 1977. Para mim, o melhor com o vocalista "Bon Scott", falecido em 1980. É um disco rápido, pesado, direto ao ponto, que sintetiza muito bem a energia da banda e a bela combinação do blues com o rock and roll.

A cerveja escolhida é a também australiana "Coopers Vintage Ale", do tipo "English Strong Ale". Ela é produzida com malte especial e passa por um longo tempo de fermentação, sendo em seguida armazenada em barris de carvalho.

A primeira música é "Go Down", que possui um belo riff de guitarra, um toque especial do bom e velho ”blues” e a inconfundível voz de "Scott". Um “duelo” entre voz e guitarra ocorre no final da mesma, prenunciando belas passagens melódicas. Na “tulipa”, a cerveja tem bela cor âmbar e uma espuma de média duração. O aroma amadeirado e frutado remete ao armazenamento descrito anteriormente.

“Dog Eat Dog” é outra canção bem enérgica. Mais uma vez a poderosa voz se sobressai, nos convidando à degustação musical. O início da cerveja é seco e direto como o som. Um sabor metálico, que aos poucos deixa sensações de ervas e malte na boca.

Aqui vai uma provocação. Tente ficar parado em "Let There Be Rock". Impossível... Esta música exprime a essência da banda, em um rock direto e firme, misturado a uma melodia com ótima levada do “blues”. O rock começou assim...Chama atenção o “aftertaste” deixado pela cerveja. Aparece com força o malte e o sólido amargor do lúpulo.



A música “Problem Child”, também presente no disco anterior da banda (“Dirty Deeds Done Dirt Cheap”), é outro petardo que enfureceu os pais da época. “I'm a problem child And I'm wild” traz à tona o eterno espírito jovem do rock. Alheia à discussão, a "Coopers Vintage Ale" segue presente e saborosa, denotando a generosa presença de lúpulo “Saaz“ utilizado em sua fabricação.



“Overdose” também possui ótima batida, riffs memoráveis e a presença marcante da voz de "Bon Scott". Coloque mais uma “dose” de cerveja na “tulipa” e sinta mais uma vez as notas frutadas do aroma.

A penúltima música do álbum é “Hell Ain't A Bad Place To Be“. Nesta, mais uma vez o "AC/DC" se mostra cheio de atitude na melodia e nas letras. O novo gole traz á mente uma percepção mais positiva do líquido. Seu teor alcoólico de 7,5% alc./vol. não é exagerado e combina perfeitamente com o aroma frutado e com o sabor que fica na boca.

Encerrando com “chave de ouro”, surge “Whole Lotta Rosie”. Riff sensacional, vocal impressionante e uma incansável levada rock and roll. Sem frescuras, nem exageros e com um dos melhores duelos de guitarra já gravados em estúdio. Os irmãos Malcom e Angus Young se superaram nesta.



Aumente os decibéis e boa diversão!!!

Dicas e curiosidades:

* Deguste esta cerveja com temperatura do líquido entre 8 e 12 °C;

* As cervejas "Vintage" apresentam grande capacidade de envelhecimento. O rótulo da "Coopers Vintage Ale" traz um campo com a descrição "best after [data impressa]", indicando que ela deve evoluir conforme o tempo de “descanso” da garrafa (sugeridos 18 meses de espera após a fabricação);

* O lúpulo "Saaz" é um tipo tradicional de aroma fino, que assegura o sabor e o aroma excelentes da cerveja. Representa o padrăo mundial de qualidade de lúpulo;

* A cerveja "Coopers Vintage Ale" em sua versão 375 ml custa aproximadamente R$ 15;

* A versão nacional do CD custa aproximadamente R$ 18;

* Na versão australiana do disco, a música “Problem Child” foi trocada pela canção “Crabsody In Blue”.

* No dia 19 de fevereiro de 1980, o vocalista "Bon Scott" passou a noite inteira bebendo em Londres. Ele foi declarado morto na manhã seguinte devido aspiração pulmonar de vômito.

domingo, 19 de julho de 2009

Harmonização #8 - 8.6 Special Red Beer (Bavaria) com "Palomine" (Bettie Serveert)

Novamente me rendi ao poder das vozes femininas. A dica de harmonização desta semana traz um agradável encontro entre duas ruivas holandesas.

A cerveja é a Bavaria 8.6 Special Red Beer, do tipo Barley Wine (também conhecido por Malt Liquor). Ela possui uma bonita cor avermelhada como as bocks e um teor alcoólico de 7,9% vol. alc.

Já a indicação musical é “Palomine”, o álbum de estréia da banda “Bettie Serveert”. Formada em 1990, na cidade de Amsterdã, a banda tem como integrantes Carol Van Dijk (uma das ruivas holandesas citadas no primeiro parágrafo), Peter Visser , Herman Bunskoeke e Berend Dubbe. Seu pop/rock de canções simples e melódicas, foi bem recebido no circuito alternativo americano, o que estimulou o lançamento de outros sete discos ao longo dos últimos catorze anos.

A primeira música é "Leg". A voz de Van Dijk e a deliciosa combinação com a guitarra, baixo e bateria, anunciam uma interessante degustação. Busque a cerveja na geladeira, coloque a mesma na taça, aprecie a coloração âmbar e a formação da consistente espuma bege.

“Palomine” começa lenta, suave e doce. Mais uma vez a vocalista rouba a cena com o enérgico refrão, fazendo com que toda a música ganhe força na segunda parte. A 8.6 também possui um início doce e suave. Seu amargor aos poucos toma conta da boca, deixando um “aftertaste” doce e ao mesmo tempo ligeiramente amargo.



Em "Kid's Allright", a voz é firme e direta, é Rock and Roll...A melhor música em minha opinião, com uma ótima levada da bateria. Lembrei-me do grande amigo de pinga e de banda Gabriel, baterista, cachaceiro e aniversariante da semana. Parabéns amigo!!! Um brinde, com esta mistura exótica de notas de malte e caramelo.



“Tom Boy” também é muito boa. Nesta música, a guitarra nos presenteia com uma melodia leve e ao mesmo tempo divertida. Mais uma vez a voz e os instrumentos formam um casamento perfeito. Mais uma taça e o aroma percebido é bem frutado e tostado. Também uma ótima relação entre ambos.



A música “Balantine” remete a um som de garagem, bem cru, que se mantém melódico e muito bem feito. Da mesma forma que a música, o teor alcoólico é alto, forte, mas aceitável e muito bem entrosado com o sabor adocicado do malte.

“This Thing Nowhere” e “Healthy Sick” mantêm a característica rústica deste pop/rock agradável. A cerveja acaba tendo o drinkability um pouco prejudicado pelo adocicado, no entanto, encanta pela sensação alcoólica sem ser excessivamente carregada.

Por fim, em “Sundazed To The Core” a incansável voz de Carol Van Dijk nos chama para a parte final da festa. O encerramento da música é um belo “grand finale”.

Aproveite esta dica, conheça os demais discos da banda e boa diversão!!!

Dicas e curiosidades:

* Prefira as taças de boca mais larga a fim de que o aroma se desprenda mais facilmente durante a degustação. Cuide também da temperatura. Deguste esta cerveja com temperatura do líquido entre 4 e 7 °C;

* A cerveja Bavaria 8.6 Special Red Beer em sua versão Lata 500 ml custa aproximadamente R$ 8;

* No site da cervejaria holandesa existe uma ótima rádio online (http://www.bavaria86.com/). No momento que realizei o acesso estavam disponíveis músicas do Muse, Prince, Smashing Pumpkins e King Khan & The Shrine (provavelmente estarão em futuros posts).

* Disponível pela internet apenas a versão importada do disco, por aproximadamente R$ 50;

* “Bettie Serveert” significa em português "Bettie serve", nome de um programa de televisão, apresentado por Bettie Stöve, tenista holandesa que perdeu em Wimbledon, na final de 1977.

domingo, 12 de julho de 2009

Harmonização #7 - Baden Baden Golden (Cervejaria Baden Baden) com "Sonantes" (Sonantes)

Pessoal, neste fim de semana resolvi mais uma vez homenagear o Brasil, “o país dos feriados”. Como não trabalhei desde quinta-feira, procurei uma combinação que pudesse ser leve, relaxante, de certa forma diferente e ao mesmo tempo bastante prazerosa. Acredito que o objetivo tenha sido alcançado.

A cerveja selecionada vem de Campos de Jordão (SP). É a "Baden Baden Golden", uma cerveja do tipo Ale, diferenciada, encorpada e tem sabor levemente adocicado. Seu aroma frutado lembra especiarias, sendo muito apreciada por sua combinação exótica de trigo e canela.

O título do disco escolhido, que também se refere ao nome da banda, significa literalmente “aquele que produz som”, ou de uma forma figurada, “aquele que sente um som”. “Sonantes” é fruto de um projeto, ou melhor, de uma “convergência musical” segundo alguns críticos, que reúne a cantora Céu, Gui Amabis (compositor e produtor de background cinematográfico), Rica Amabis (trabalha com trilhas sonoras) e a dupla Pupillo e Dengue, a famosa cozinha da Nação Zumbi.

A primeira música é uma versão de "Carimbó" da banda Nação Zumbi, que se mostra ainda bastante presente, apesar do novo arranjo instrumental desta canção. Salta aos olhos a sensual e marcante voz de Céu, que nos acompanhará ao longo de quase todo o disco. Duas características também chamam muita atenção na taça de cerveja: a bela formação da espuma (muito bem apelidada de “creme”) e a atraente cor dourada que dá nome à cerveja.




“Miopia” é triste e ao mesmo tempo nos envolve em sua psicodelia. A voz e a guitarra nos levam a algumas reflexões ao longo da música. Após o primeiro contato com o líquido, alguns pensamentos também surgem em relação à cerveja, buscando entender como colocaram especiarias e frutas no produto de uma forma tão leve e agradável.

A música “Toque De Coito” dá uma visão mais contemporânea aos boleros e às noites boêmias, utilizando para tanto um clima bem sombrio. Ótimo momento para mais numerosos e frequentes encontros com a diferenciada parceira.

A instrumental “Mambobit” traz o caribe ao Brasil, adicionando MPB, música latina e ritmos regionais. Esta mistura musical também inspira as combinações contraditórias da cerveja. Sabor leve, mas presente. Tipo Ale, sendo assim de alta fermentação, mas de baixo teor alcoólico (4,5% vol. alc.). Possui malte de trigo sem ser uma tradicional “Weissbier” (cerveja de trigo)... Hora de completar a taça mais uma vez e mergulhar nestas excentricidades.

“Defenestrando” é a minha preferida. Penso que Céu deve sempre cantar esta música sorrindo, se divertindo muito com a companhia intensa da guitarra e da bateria. Pelo menos, é esta impressão que sua carismática voz passa. Procuro sorrir no mesmo ritmo, ao lado dos Sonantes e da "Baden Baden Golden".




“Quilombo te Espera” é a mais bonita da lista. Lembra os grandes sucessos da Clara Nunes, numa mistura de ritmos afro, reggae, samba, de um acabamento psicodélico e toques jazzísticos e eletrônicos. Aproveite esta música para aguçar os “sentidos”. Com a “visão” observe mais uma vez a bela união entre “creme” e líquido. Cada um em seu espaço espera ansiosamente o gole para o rápido encontro. O “olfato” é responsável por absorver o delicioso aroma de especiarias e frutas. Já a “audição” traz os batuques, a guitarra e a doce voz de Céu...




Para finalizar a tríade de belos sons seguidos, “Itapeva” chama atenção pelos arranjos de cordas e a composição das vozes. Momento este, de valorizar o “paladar”. Ele ressalta o sabor bem suave da cerveja, com o doce, o azedo e o amargo na medida certa, seguindo basicamente o aroma. O gosto residual se mantém agradável e duradouro.

Enquanto “Braz” reforça a beleza e leveza da voz de Céu, “Frevo da Saudade” finaliza o disco com uma roupagem bem moderna à tradicional música da metade do século passado. Suaves batidas eletrônicas fazem deste antigo sucesso, um hino que traduz a “convergência musical” e que ratifica a sonoridade dos “Sonantes”. Acompanhada da cerveja "Baden Baden Golden", é um casamento perfeito!

Aprecie esta união bem acompanhado e ótimo divertimento!!!

Dicas e curiosidades:

* Prefira as taças de boca mais larga a fim de que o aroma se desprenda mais facilmente durante a degustação. Cuide também da temperatura. Deguste esta cerveja com temperatura do líquido entre 4 e 7 °C;

* A cerveja "Baden Baden Golden" em sua versão de 600 ml custa aproximadamente R$ 10;

* Apesar de nacional, o álbum “Sonantes” foi lançado inicialmente nos EUA. Talvez, por isso, esteja disponível pela internet apenas a versão importada do disco, por aproximadamente R$ 60;

* Além dos integrantes “oficiais”, Jorge Du Peixe, Siba, Lúcio Maia, Beto Villares, Daniel Bozio, Toca Ogan, Fernando Catatau, Gustavo Da Lua, Pepe Cisneros, Sergio Machado, B-Negão e Apollo 9 também contribuíram com performances e, em alguns casos, com composições;

* O grupo “Sonantes” é na verdade o mesmo do projeto “3 Na Massa”, que no álbum “Na Confraria das Sedutoras“ fez um rodízio entre várias intérpretes femininas (entre elas Céu) e agora possui uma vocalista fixa.

domingo, 5 de julho de 2009

Harmonização #6 - Kirin Ichiban (Kirin Brewery Company) com "Exit" (Shugo Tokumaru)

Amigos, nesta semana o disco e a cerveja sugeridos são originários da “Terra do Sol Nascente”, o Japão. Ambos são leves, divertidos e trazem traços particulares do modo de vida e entretenimento oriental.

A cerveja escolhida é a “Kirin Ichiban”, da “Kirin Brewery Company” (fundada em 1907). Ela é uma cerveja Premium Lager que possui como principal característica ser uma cerveja de “arroz” (leva amido de milho e arroz em sua composição).

O disco para harmonização é o “Exit” do cantor/compositor e multi-instrumentista “Shugo Tokumaru”, cujo estilo e influências incorporam elementos da música pop, folk e eletrônica.

A primeira música se chama“Parachute”. Nela já podemos ter as primeiras percepções sobre as melodias melancólicas, as experimentações e os belos arranjos presente no disco. O instrumento xilofone marca sua bela e característica presença. O contato inicial com a cerveja “Kirin” também é positivo. Ela possui belíssimo rótulo artístico, que remete às milenares tradições nipônicas. A coloração do líquido é amarela brilhante com uma espuma de formação aerada.




“Green Rain” é a minha música preferida. A combinação dos instrumentos cria uma “desorganização organizada” num formato musical. Teclado, banjo e outros “personagens” trilham um caminho para que o vocal de "Tokumaru" nos traga uma certa paz oriental. O primeiro gole denota um sabor seco e delicado, levemente amargo e carbonatado.




As músicas “Clocca” e “Future Umbrella” trazem mais instrumentos para a festa num clima bastante hipnótico. Bom momento para “entender melhor” a cerveja “Kirin” e matar a curiosidade de experimentar uma cerveja do outro lado do mundo.

“Button”, uma das mais bonitas músicas do disco, é mais introspectiva e impressiona devido à bela interação entre os diversos instrumentos (até um balde de água aparece) e alguns samplers. Momento de completar novamente o copo e perceber que a espuma é permanente. Os aromas de grãos remetem a uma certa estranheza na percepção deste “atributo”.




“D.P.O” é bastante animada, sendo que o banjo e o xilofone comandam a “levada” da música. O drinkabillity desta cerveja é alto, tornando o ambiente mais próprio a este momento de diversão.
Em “Hidamari” o cantor mais uma vez faz uma interessante sincronia entre seu tranquilo vocal e os demais instrumentos. A cerveja nos deixa uma percepção de leveza, textura um pouco aguada, carbonatação acentuada e final ligeiramente metálico.

Intrumentos tradicionais como violão, flauta, banjo e outros menos usuais como panelas e frigideiras, xilofone, ukulele, theremin, blocos de madeira, balde de água, piano de brinquedo dão seu adeus. Enfim, uma experimentação sem fim com um resultado bastante agradável e natural. Bom divertimento!!!

Dicas e curiosidades:
* Deguste a cerveja com temperatura do líquido entre 0 e 4 °C.

* O nome da cervejaria “Kirin”, foi inspirado em uma criatura da mitologia chinesa, com corpo de veado, cauda de boi, cascos de cavalo, um único chifre e pelagem de cinco cores. Esta “imagem” é também um símbolo de bem-estar e fortuna.

*A cerveja "Kirin Ichiban" custa aproximadamente R$ 7.

* O álbum importado “Exit” pode ser encontrado por aproximadamente R$ 58.

* "Shugo Tokumaru" sabe tocar mais de 100 instrumentos;

domingo, 28 de junho de 2009

Harmonização #5 - Stone Levitation Ale (Stone Brewing Co.) com "Got To Be There" (Michael Jackson)

Amigos, já havia definido esta harmonização na semana passada. Comprei algumas cervejas do país escolhido e ouvi alguns artistas. Tudo isso até a quinta-feira, quando estava tomando uma cerveja em uma festa junina do trabalho e surge a notícia: “Michael Jackson morreu!”. Voltei para casa naquela noite com um desejo: homenageá-lo no post desta semana.

Diferentemente do que é divulgado por alguns, o maravilhoso “Off The Wall” não é o primeiro disco solo de "Michael Jackson". Seu álbum de estreia sem os irmãos foi “Got To Be There” em 1972 (enquanto ainda fazia parte dos “Jackson 5”). Por ser o primeiro contato de Michael com a carreira solo e ser este o meu primeiro contato com uma cerveja artesanal americana, este é o disco escolhido para a harmonização.

Já a cerveja que sugiro é a "Stone Levitation Ale". Produzida pela "Stone Brewing Co." da Califórnia, EUA, é classificada como “American Pale Ale” ou “Amber Ale”, por ser uma Ale com característica cor âmbar. Também possui baixo teor alcoólico (4,4% alc./vol) e amargor próprio das marcas desta cervejaria americana.

A primeira música do disco, “Ain't no Sunshine”, começa com uma linda combinação entre guitarra e o vocal “falado”. Quando Michael aparece, uma pergunta vem à minha cabeça: Como um menino de 13 anos consegue cantar com tamanha energia e imponência? Abra a cerveja, tome seu primeiro gole e responda se possível: Como uma cerveja com alto amargor desce tão fácil?

Enquanto a espuma cede e o aroma do lúpulo prende os sentidos, a segunda música impressiona ainda mais. “I Wanna Be Where You Are” é uma demonstração da potência da voz de Michael, com um balanço hipnotizante. “I Wanna be, I Wanna be, Oh!” Mesmo amarga, a cerveja possui uma certa doçura.




“Girl Don't Take You Love From Me”, “In Our Small Way” e o sucesso “Got To Be There” são músicas para se dedicar às pessoas amadas. E o pequeno MJ não se cansa em mostrar sua bela voz. Nas três músicas fiquei ainda mais impressionado com o aroma da cerveja (para mim seu ponto forte). Um aroma floral, gostoso, diferente...

A melhor música do disco e uma das melhores do artista é “Rockin´ Robin”. Também dentre as mais conhecidas, desperta a diversão dentro da criança "Michael Jackson" e nos convida a esquecer das tristezas da vida. Hora de encher a taça e aproveitar a beleza da espuma e a reluzente cor âmbar da cerveja, que no contraste com o creme produzido, resulta em uma interessante decoração da taça.




O melhor momento da voz do menino Michael aparece na dramática “Maria (You Were The Only One)”. Qualquer mulher atenderia aos pedidos do jovem cantor nesta música. É o que eu chamo de cantar “com o coração”, simplesmente emocionante...O amargor da cerveja se combina com a emoção transmitida pela música. Ambos, cerveja e música, cumprem incondicionalmente seu papel. “Is it the end?" Ainda não...

“You've Got A Friend”, música de Carole King famosa na voz de James Taylor (gravação do ano anterior), ganhou nova roupagem Rhythm & Blues na marcante voz do garoto “Michael Joseph Jackson”. Este foi o início da musicalmente incrível carreira solo de Michael.

Conheça mais da discografia do “Rei do Pop” e bom divertimento!

Dicas e curiosidades:
* Deguste a cerveja com temperatura do líquido entre 5 e 7 °C.

* Não use copos com boca fina, prefira as taças de boca mais larga para a fim de que o aroma se desprenda mais facilmente durante a degustação.

*A cerveja "Stone Levitation Ale", assim como outras cervejas artesanais americanas, não é comercializada no Brasil. Atenção Importadores!!!

* Em 2007, esta cerveja ganhou a medalha de ouro no “The Great American Beer Festival”.

*O álbum importado “Got To Be There” pode ser encontrado por aproximadamente R$ 100 na internet.

* Em 1972, Michael Jackson foi eleito o melhor vocalista masculino do ano por seu primeiro disco solo, "Got to Be There".

* Gostaria de agradecer ao Cássio Piccolo do Frangó, por ceder a cerveja para este blog (sem este auxílio, esta postagem não seria possível). O Frangó é um tradicional boteco da Freguesia do Ó (SP), que possui uma carta de cervejas de mais de 300 diferentes rótulos de todo o mundo. Para mais informações visite o www.frangobar.com.br

domingo, 21 de junho de 2009

Harmonização #4 - Old Speckled Hen (Greene King) com "The Stone Roses" (The Stone Roses)

Pessoal, a cerveja a ser degustada nesta semana é a "Old Speckled Hen", produzida pela cervejaria inglesa "Greene King" que mantém a liderança do mercado “premium ale” no Reino Unido. A cerveja é conhecida e classificada como uma "English Pale Ale ou Extra Special Bitter (ESB)", devido característica de maior amargor frente às demais cervejas.

Também é originário da Inglaterra o primeiro LP (homônimo) da banda “The Stone Roses”, que teve como formação clássica Ian Brown (Vocal), John Squire (Guitarra), Gary “Mani“ Mounfield (Baixo) e Alan “Reni” Wren (Bateria). O grupo surgiu na metade da década de 80 em Manchester, cidade inglesa que até hoje é vista como cidade origem do Britpop (abreviação de "British Pop", estilo de músicas de rock com arranjos tipicamente radiofônicos). Bandas como “Oasis”, “Happy Mondays”, “Joy Division”, “Smiths”, “Simply Red” e “New Order” deram seus primeiros passos no local, reforçando a importância da cidade para o cenário musical britânico.

Apenas dois discos foram lançados pelo "The Stone Roses", sendo o primeiro em 1989 e o segundo, “Second Coming”, cinco anos depois. A crítica foi mais positiva para o primeiro álbum, destacado neste blog para a harmonização.

“I Wanna Be Adored” apresenta a banda e mostra seu desejo. “Eu não tenho que vender minha alma...Eu quero ser adorado”. Enquanto Ian Brown compartilha este sentimento, é o momento de conhecermos a "Old Speckled Hen". Quando a colocamos na taça, percebemos que esta cerveja possui coloração âmbar e uma espuma bastante consistente.




Enquanto iniciamos a degustação da cerveja inglesa, “She Bangs the Drums” surge. Além da bateria, a guitarra é peça importantíssima da engrenagem. É uma boa música dançante para se curtir com uma ótima companhia. Nos primeiros goles percebemos um amargor bastante presente e uma agradável presença de gás. Prenúncio de uma interessante degustação e proximidade ao cenário inglês.




Agora se imagine nos anos 60, ouvindo "The Byrds" ou "The Monkeys"."Waterfall” traz a mente esta época, seja ela uma lembrança ou uma suposição. Enquanto isso a "Old Speckled Hen" apresenta uma interessante característica: rápida doçura inicial compensada por um amargor seco no sabor residual.

“Bye Bye Badman” e “(Song for My) Sugar Spun Sister” são músicas que me remetem à cena musical inglesa. Vocal calmo e presente, leve e intenso ao mesmo tempo, com uma “cozinha musical” que completa o universo sonoro. Mais uma vez o amargor da “English Pale Ale” chama a atenção, combinando perfeitamente com a imagem citada anteriormente.

“Made of Stone” traz à mente mais uma vez a bela influência do “The Byrds” enquanto “Shoot you Down” mostra que a parceria guitarra / voz está cada vez mais ajustada. Neste momento aprecie o aroma da cerveja britânica. Odores próximos a pães e ervas fazem uma agradável combinação e preparam os sentidos para a música final.

“I am the Ressurection” começa com uma bateria agressiva e uma guitarra mais uma vez participativa, sendo que o baixo e a voz nos envolvem junto à melodia e fazem do todo um belo encerramento. Para mim esta é a melhor música do álbum, principalmente pela diversão apresentada em sua segunda metade. A cerveja com teor alcoólico de 5,2% alc./vol agrada e se transforma numa parceira incansável da música de Manchester.




Viaje pelas sugestões da terra da rainha e bom divertimento!

Dicas e curiosidades:
* Deguste a cerveja com temperatura do líquido entre 5 e 7 °C.

* A tradução de Old Speckled Hen é “Velha Galinha Pintada. Esse termo era usado para se referir a um antigo carro produzido pela fábrica automobilística MG.

*A cerveja Old Speckled Hen, encontrada na garrafa de 330 ml, custa aproximadamente R$ 15,00.

*Já o álbum importado “The Stone Roses” pode ser encontrado por aproximadamente R$ 65,00.

* Em 2004, o jornal The Observer elegeu “The Stone Roses” o melhor álbum inglês de todos os tempos. O semanário NME já havia realizado uma votação e obtido o mesmo resultado.

* Waterfall e Don't Stop são praticamente a mesma música, sendo que a segunda é a primeira tocada de trás pra frente.

domingo, 14 de junho de 2009

Harmonização #3 - Eisenbahn Pilsen Natural (Eisenbahn) com "Estudando o Samba" (Tom Zé)

Amigos, neste feriado resolvi falar do Brasil. A cerveja sugerida é a Eisenbahn Pilsen Natural, que segue um caminho único frente às cervejas pilsen (paixão nacional), pois é a primeira orgânica do Brasil (feita com ingredientes sem agrotóxicos e fertilizantes sintéticos). Lançada em maio de 2004, possui a certificação IBD - Instituto Biodinâmico, que fiscaliza a comercialização de produtos orgânicos nacionais, de acordo com normas internacionais.

Já o artista é o cantor, compositor, arranjador e ator Tom Zé, uma das figuras mais originais e controversas da MPB. Após fazer parte do grupo que em 1968 lançou o disco "Tropicália ou Panis et Circensis", Tom Zé conseguiu o primeiro lugar no Festival da Canção do mesmo ano com a música "São, São Paulo, Meu Amor". Seus discos seguintes foram considerados inovadores demais, o afastando da mídia brasileira. No fim da década de 80, o músico David Byrne redescobriu num sebo o disco "Estudando o Samba", levando o compositor para o mercado internacional com grande sucesso. Este disco de 1976 é a sugestão para a harmonização da semana.

“Estudando o Samba” interpreta o ritmo brasileiro de um jeito bastante original e usando experimentações muito avançadas para a época. “Mã”, a primeira faixa, traz à tona a cantiga de roda, que será bastante abordada ao longo do disco. A Eisenbahn Natural, no primeiro gole, mostra sua maior virtude: o suave sabor, associado ao aroma e ao residual (gosto que permanece na boca), característicos da cevada.

Mesmo no momento mais “tradicional” do disco, Tom Zé entrega novos compassos à canção “A Felicidade” de Tom Jobim e Vinicius de Moraes. No final da música, o batuque do samba nos presenteia com um belo swing, enquanto a cerveja nos remete mais uma vez a sua leveza.

Na instrumental “Toc”, o artista dá uma amostra do que ocorrerá no restante do disco: experimenta o samba, direcionando o retorno ao mesmo, por um caminho ligeiramente mais complexo. A cor da cerveja se mostra um pouco mais dourada que as demais pilsen. Experimente de novo...

“Tô”, uma das mais conhecidas músicas deste álbum, possui uma letra irreverente, cheia de contradições. O lúpulo da Eisenbahn se mostra no amargor da mesma, levemente presente e bem combinado aos demais ingredientes.



“Vai (Menina Amanhã de Manhã)”, “Ui! (Você inventa)” e “Dói” são músicas que elevam o disco a um brilhante patamar. As brincadeiras com as letras, os jogos com as palavras, a ambiguidade das frases (mais uma vez contraditórias) tornam este um forte momento do trabalho do cantor. As cantigas de roda aparecem novamente e a diversão parece não se acabar. Coloque a cerveja novamente no copo e avalie a formação da espuma. Branca e consistente, ela possui boa duração e nos convida a mais um brinde.

A canção “Hein” é divertida, simples e nos remete a várias situações nas quais nos fazemos de desentendidos. O disco está quase no fim. A cerveja também... hein?



Então, aproveite esta interessante combinação brasileira e... bom divertimento!

Dicas e curiosidades:
* A recomendação da fabricante é degustar a cerveja entre 2 e 4 °C.

* O Brasil é um dos países onde mais cresce a produção orgânica no mundo (30 a 50% ao ano).

*A cerveja Eisenbahn Pilsen Natural, encontrada na garrafa de 355 ml, custa aproximadamente R$ 3,89 nos supermercados.

*O álbum “Estudando o Samba” foi lançado na série dupla “Clássicos da MPB - Série Dois Momentos”, junto com o disco “Correio da Estação do Brás”.

* Você acredita que Tom Zé, incerto da aceitação por parte do público, teria cogitado não lançar o disco? Foi o que afirmou Elton Medeiros, sambista e compositor de algumas canções deste CD.


* “Estudando o Samba” ficou em 35º lugar no ranking dos 100 melhores discos da música brasileira (eleição realizada pela revista Rolling Stone Brasil em Outubro de 2007).

domingo, 7 de junho de 2009

Harmonização #2 - St. Druon Sebourg (Brasserie Duyck) com Histoire de Melody Nelson (Serge Gainsbourg)

Pessoal, para este “post” escolhi uma cerveja e um disco da França, para homenagear os passageiros da Air France e celebrar o “Ano da França no Brasil”.

A cerveja que pesquisei e sugiro é a St. Druon Sebourg, da Fabricante Brasserie Duyck. Ela é original da Abadia de Sebourg e produzida com dois tipos de malte de cevada, um tipo de malte de trigo e três diferentes lúpulos aromáticos. Foi premiada “sabor do ano” na França em 1998. Possui teor alcoólico de 6%, além de ser uma “Bière de Garde, ou seja, elaborada no início da primavera para ser consumida no verão francês (sazonal).

Quanto à música, a escolha foi difícil. Acho que conhecia apenas Charles Aznavour e Gipsy Kings de origem francesa. Tive que deixar meu preconceito de lado e ouvir alguns artistas com a mente mais aberta. No final, gostei muito da experiência.

Então, o disco selecionado para a harmonização com a já citada cerveja é o “Histoire de Melody Nelson”, do artista, cantor e poeta francês Serge Gainsbourg. Ele, que também é o compositor do grande sucesso romântico (erótico para alguns) “Je t'aime moi non plus”, tinha como principais paixões o cigarro, o álcool e as mulheres. Sua vida girava entre seus versos com temas polêmicos, vários escândalos e suas belas amantes.

Semelhante ao famoso romance Lolita, de Vladimir Nabokov, o enredo do álbum se refere a um amor proibido entre uma adolescente, chamada Melody Nelson e Gainsbourg, um homem de meia idade.

Na primeira música, “Melody”, Gainsbourg compartilha seu prazer em dirigir seu Rolls-Royce 1910, de 26 cavalos. O baixo apresenta a música. Aos poucos a guitarra e a bateria aparecem e acompanham o diálogo entre o autor e o ouvinte. Aproveite para reparar na bela cor dourada da cerveja e seu forte aroma. Dê seu primeiro gole e sinta uma interessante contradição: o amargor do lúpulo versus seu sabor adocicado.



Em “La ballade de Melody Nelson”, Gainsbourg procura justificar a paixão à primeira vista. O baixo e as cordas tratam de ajudá-lo. O aroma (ponto alto desta cerveja) parece agora mais doce também, como a música e a voz de Melody Nelson.

Os questionamentos e a insegurança do relacionamento aparecem na música “Ah ! Melody”. Mais uma vez o baixo traz uma linha musical que nos guia e direciona aos demais instrumentos. Surgem os metais e apoiam as dúvidas de Gainsbourg. Continuo com algumas dúvidas também. A cerveja é doce ou amarga?

Charles Bukowski, poeta, contista e romancista americano de obra obscena e estilo coloquial, diria na música “L´Hotel Particulier” que o velho safado conseguiu o que queria (levar a jovem e “ingênua” Melody para cama). Parece que Gainsbourg se concentra ainda mais nesta música para nos contar sua “vitória”. Baixo, guitarra e bateria o acompanham do começo ao fim. A dúvida quanto à cerveja também some. A cerveja St. Druon é amarga, com um sabor residual doce, sem ser enjoativa.

Para mim, “En Melody” é a melhor música e mais animada do disco. O baixo é realmente destruidor e cria um ambiente “Rhythm and Blues”. Quando a guitarra se apresenta, também não faz por menos e dá o seu recado. Hora de colocar o restante do líquido na taça e degustar mais uma vez a saborosa e interessante cerveja!



Não deixe de conferir essa mistura e ... bom divertimento!

Dicas e curiosidades:
* Prefira novamente as taças de boca mais larga a fim de que o aroma se desprenda mais facilmente durante a degustação. Cuide também da temperatura. A recomendação da fabricante é degustar a cerveja entre 5 e 6 °C.

*O CD é importado e custa por volta de R$ 40. Já a cerveja St. Droun, encontrada na garrafa de 330 ml custa aproximadamente R$ 15.

* Em março de 2008, Jane Birkin (ex-companheira de Gainsbourg) fez shows no Brasil e não só cantava músicas do falecido amante como também relatava histórias da rotina com o célebre compositor. Ela gravou com ele o hit "Je t'aime, Moi Non Plus" e álbuns emblemáticos como “Histoire de Melody Nelson”, descrito acima.

* Na sexta-feira passada (05/06), estreou em São Paulo, no Sesc Paulista, a exposição "Gainsbourg, Artista, Cantor, Poeta, etc". A mostra faz parte do calendário do “Ano da França no Brasil” e ficará em cartaz até o dia 7 de setembro, com entrada gratuita.